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Feliz Natal bem diferente!

24 de Dezembro de 2020 às 18:58

Apesar de ser uma festividade cristã -- pois celebra o nascimento de Jesus Cris­to, em Belém, na atual Palestina --, nossa tradição natalina reúne traços pagãos e cristãos, além de possuir diversos ele­ mentos que são frutos da modernização do planeta e da tradição da festa.

A origem cristã do Papai Noel, por  exemplo, remonta a São Nicolau, bispo de  Mira que viveu na região da atual Turquia nos séculos 3 e 4. Ficou conhecido por ser uma figura extremamente generosa que usou sua herança familiar para distribuir presentes e ajudar os que necessitavam de dinheiro e de alimentos.

Sua generosi­dade acabou fazendo com que ele ficasse conhecido como amigo das crianças. A origem pagã, por sua vez, pode re­meter a Odin, deus presente na mitologia nórdica. Os nórdicos acreditavam que es­se deus, disfarçado de velhinho, ia de ca­sa em casa para deixar presentes. Acredi­tava-se que Odin cruzava os céus monta­do em seu cavalo de oito patas, chamado Sleipnir.

A cristianização do norte da Eu­ropa fez com que Odin passasse a ser substituído por São Nicolau como distri­buidor de presentes. Na Holanda, a con­solidação do cristianismo deu surgimento ao Sinterklaas, um velhinho que distribuía presentes e remetia diretamente a São Nicolau. Com a migração de holande­ses para a América do Norte, o mito che­gou à região hoje pertencente aos Estados Unidos e assim surgiu Santa Claus (por curiosidade, vejam a semelhança do no­me com Sinterklaas).

Papai Noel, portanto, é uma figura simbólica. Na lenda atual, diz-se que esse velhinho vestido de vermelho cruza os

céus em um trenó puxado por oito renas e entra nas casas pela chaminé deixando os presentes, mas só para as crianças comportadas. Os contornos modernos do Papai Noel surgiram com um poema, do século 19, escrito por Clement Clarke Mo­ore, e com peças de publicidade produzi­das no começo do século 20.

Atualmente, a nossa forma de come­morar o Natal é muito diferente dos tem­pos antigos. Trata-se de um período mar­cado por muitas tradições que incluem decorações natalinas, árvore de Natal, troca de presentes, ceia e confraterniza­ção. E o Papai Noel, claro. Também é cele­brado globalmente para marcar um mo­mento de ressaltar valores como união, amor, família, amizade.

Neste 2020, porém, o Natal está ainda mais diferente. Pela primeira vez em mais de 100 anos a humanidade vive uma pan­demia. E é obrigada a lidar e conviver com essa situação totalmente distinta de tudo o que conhecíamos até então. Pela pri­meira vez não podemos - ou não devemos - fazer aglomerações, abraçar as pessoas queridas, beijar as pessoas amadas. É o nosso Natal em tempos de Covid. Por con­ta do novo coronavírus, as cidades não estão iluminadas como de costume nessa época do ano.

As pessoas também não es­tão iluminadas como de costume. Faltam sorrisos. E mesmo que eles existam, es­tão - corretamente - escondidos sob as máscaras de proteção. As músicas natali­nas não ecoam como antes. O clima está

diferente, mais cinza e menos colorido.

Mas temos de ser fortes, resilientes, persistentes. Existem coisas que nem a Covid e toda a preocupação que ela acarreta são capazes de destruir. Uma delas é o clima de amor entre as pessoas, famí­lias, amigos, colegas. Neste momento tão difícil, estar saudável e feliz é muito mais importante do que os presentes embaixo da árvore de Natal.

Afinal, essa data tem a ver com amor, quando nossos corações estão abertos para o afeto e em harmonia com a esperança de dias melhores ao lado das pessoas mais importantes das nossas vidas. Neste Natal, que seja possível iniciar um ciclo de celebração pela vida.

Que te­nhamos saúde para aguentar até a chega­da das vacinas e das imunizações. Que tenhamos energia para enfrentar esse isolamento. Que tenhamos consciência para respeitar o isolamento social. Que tenhamos fé para acreditar que o mundo será um lugar melhor para todos, nossos filhos e netos.

Que tenhamos a chama da aventura para nos impulsionar ao suces­so e que permaneçamos em laços de amor. Que o perdão seja um guia para a gratidão e respeito ao próximo.

Portanto, deixem para trás todas as desavenças. Olhemos para o milagre da vida e alegremo-nos com os pequenos de­talhes do dia a dia. Abrace - ainda que à distância - quem você ama, disponha-se a ajudar os necessitados. Não dê relevância para o que não lhe faz bem! Tenha um Na­tal harmonioso, olhando somente para o amor que paira sobre essa data! Guarde na alma todos os sentimentos bons que o Natal traz. Semeie a esperança de realiza­ções e prosperidade em sua vida. Curta os momentos e instantes que puder, sem­pre com gratidão e contentamento. Não se

esqueça de compartilhar tudo o que con­quistar com aqueles que te fazem bem.

Natal é o momento em que todo senti­mento de gratidão e beleza transborda de todo ser humano que tem um coração dentro do peito e compartilha afeto. Vira um efeito cascata, o amor vai passando de pessoa para pessoa, invadindo cada um e tornando a vida delas cheia de sen­tido e beleza.

Feliz Natal!