Poucos setores evoluíram tanto e de maneira tão rápida nas últimas três décadas em Sorocaba como os cursos de nível superior. Para quem tem boa memória e vive na cidade há mais de 30 anos, há de se lembrar que no final do século passado, embora a cidade tivesse faculdades bem-conceituadas, os cursos oferecidos para quem precisava ingressar no ensino superior eram bastante limitados. Tínhamos a Faculdade de Medicina que foi uma das pioneiras no interior do Estado, começando a funcionar no início dos anos 1950, a conceituada Faculdade de Direito, também pioneira no interior de São Paulo e os cursos da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, embrião da futura Universidade de Sorocaba, Uniso. Pouco mais tarde surgiram a Faculdade de Ciências Contábeis e Administrativas de Sorocaba (Faccas), a Faculdade de Educação Física, ligada à ACM, e por fim, ainda nos anos 1970, a primeira faculdade pública, a Faculdade de Tecnologia (Fatec), que se instalou no município para suprir com mão de obra qualificada nosso parque industrial em plena expansão. É também dessa época o início do funcionamento da Faculdade de Engenharia de Sorocaba, a Facens.

Foi na última década do século passado, com o crescimento acelerado de Sorocaba, que se começou a pensar na implantação de universidades. O Poder Público Municipal forneceu apoio fundamental para a criação da Universidade de Sorocaba (Uniso), enquanto que a Fundação Ubaldino do Amaral (FUA) / jornal Cruzeiro do Sul desencadeou uma forte campanha pela implantação de uma universidade pública no município, cobrando empenho dos deputados eleitos pela região e promovendo debates sobre o tema, inclusive com a presença do então governador Mário Covas. Como resultado desse trabalho da FUA, dos parlamentares e da Prefeitura de Sorocaba, vieram para a cidade o campus da Universidade de São Carlos (UFSCar) e da Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho (Unesp), duas das mais conceituadas instituições de ensino do Estado de São Paulo.

A mais nova instituição a se instalar em Sorocaba, na área do ensino público, é o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia São Paulo (IFSP). A instituição federal que já oferece vários cursos em Sorocaba necessita de recursos para conseguir se instalar em uma sede própria. Hoje funciona de maneira improvisada em dois locais, em salas cedidas pela UFSCar em Santa Rosália e em uma escola estadual, na Vila Lucy.

Dias atrás, o Ministério da educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgaram os resultados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) 2017. Das dez instituições de ensino de Sorocaba que tiveram seus alunos avaliados, sete cursos conseguiram conceito 4 e 5 neste indicador, os conceitos máximos de avaliação.

Como foi noticiado por este jornal, as universidades públicas tiveram uma avaliação altamente positiva. Vários cursos do campus local da UFSCar, como engenharia florestal, ciência da computação, geografia e pedagogia tiveram conceito 5 e alguns outros cursos ministrados no mesmo local ganharam conceito 4. Apenas um curso teve conceito 3. A veterana Fatec foi avaliada em apenas um curso, tendo obtido conceito 4 e a dois cursos da Unesp de Sorocaba tiveram conceito 3.

As universidades privadas também tiveram um desempenho satisfatório. A Uniso, por exemplo, recebeu conceito 4 em cinco cursos, enquanto que a Universidade Paulista (Unip) obteve conceito 5 em um curso e 4 em outros três. Tiveram bom desempenho também faculdades isoladas como a Esamc e Facens, entre outras.

Houve, portanto, uma gigantesca evolução na oferta de vagas no ensino superior em Sorocaba, tanto nas unidades públicas como nas particulares, com uma quantidade de cursos praticamente impensável 30 anos atrás. Assim como a Região Metropolitana de Sorocaba cresce rapidamente, a ampliação e diversificação dos cursos de nível técnico e de nível superior é um imperativo. A boa classificação dos cursos existentes no município é um indicador que trilham o caminho certo.