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Dose de paciência

01 de Abril de 2020 às 00:01

Os idosos e os grupos selecionados pelo governo para receber a vacina contra a gripe estão passando maus bocados para conseguir a imunização.

Desde o último dia 23, filas têm se formado nas unidades básicas de saúde e em pontos previamente escolhidos para a vacinação, mas o material que chega às prefeituras não tem sido suficiente.

Sorocaba iniciou a vacinação no dia 23, conforme o novo calendário estabelecido pelo Ministério da Saúde.

A cidade tem uma rede de saúde bem distribuída, com 32 unidades básicas de saúde geralmente usados como postos de vacinação e que atingem todas as regiões da cidade.

Este ano, para evitar aglomerações, ocorreram algumas alterações nos locais de vacinação.

Algumas escolas municipais, principalmente Centros de Educação Infantil (CEIs) passaram a ser utilizadas por terem mais espaço e permitir filas em que as pessoas fiquem mais distantes umas das outras, para evitar possíveis contaminações.

Mesmo assim, com a divulgação em massa da necessidade da vacinação contra a Influenza (gripe), imunização importante nestes tempos da Covid-19, as filas foram praticamente inevitáveis.

A prioridade neste ano foi vacinar inicialmente as pessoas idosas e profissionais de saúde, justamente os grupos de risco do novo coronavírus.

O vírus da Influenza também provoca complicações respiratórias graves em idosos, pacientes imunodeprimidos e pessoas com outras doenças, o mesmo público vulnerável ao coronavírus.

A imunização contra a gripe garante menos casos que necessitem de cuidados intensivos, aumentando o número de leitos para quem contrair a nova doença. Também ajuda no diagnóstico.

Se a pessoa tomou a vacina contra a gripe é mais fácil fazer um diagnóstico da Covid-19.

A vacina que está sendo distribuída previne a contaminação pelo vírus da influenza, entre eles o H1N1 e H3N2, que costumam circular pelo Brasil com maior intensidade a partir de março.

De acordo com boletim epidemiológico distribuído pelo Ministério da Saúde, na última temporada o Brasil registrou mais de quatro mil mortos por Síndrome Respiratória Aguda (SRAG) causada pelo vírus.

A última temporada de Influenza nos Estados Unidos, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) a última temporada causou naquele país 390 mil internações e mais de 20 mil mortes.

É sempre bom lembrar que além da pandemia do novo coronavírus e da gripe, o Ministério da Saúde e as autoridades dessa área têm outra epidemia com que se preocupar, a da dengue que anualmente faz milhares de vítimas no país.

O medo de contrair gripe durante o período de quarentena do coronavírus tem convencido muita gente a buscar a imunização.

E por esse motivo, desde o primeiro dia as filas foram grandes, em alguns locais bastante desorganizadas, como flagrou a reportagem do Cruzeiro do Sul que mostrou imagens de grupos de idosos aglomerados, o pior cenário num momento destes de pandemia.

A meta do governo é imunizar rapidamente contra a gripe o maior número possível de idosos. O problema é que, desde o início da campanha ocorrem falhas na distribuição.

Ela está em falta em mais de 400 municípios do Estado de São Paulo, de acordo com o Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo.

A entidade tem solicitado à Secretaria Estadual de Saúde que se esforce para garantir quantidades maiores da vacina para todos os municípios paulistas.

As prefeituras têm feito o que podem para distribuir a vacina que está sendo insuficiente em praticamente todos os postos de vacinação.

Em Sorocaba, a vacinação foi interrompida alguns dias e ontem, após receber um carregamento de 13 mil doses, a Secretaria de Saúde (SES) iniciou um trabalho inédito de imunização utilizando o sistema drive-thru, em que os interessados vão aos locais de vacinação de carro e não precisam descer do veículo, evitando assim contato com outras pessoas.

Foram escolhidos dois locais de vacinação, o Lar São Vicente de Paulo, localizado na Vila Betânia, zona norte de Sorocaba, e o Estádio Municipal Walter Ribeiro, o CIC, no Jardim Santa Rosália.

Como se esperava, a procura foi grande, com congestionamentos e filas enormes, principalmente no Jardim Santa Rosália.

As pessoas que buscam pela vacina precisam ter um pouco de paciência, escolher o horário certo para conseguir a vacina sem grandes filas, expondo-se o mínimo possível.

Como explicou o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, as falhas na distribuição ocorrem porque o governo antecipou o calendário de vacinação e as empresas que fabricam as vacinas não estavam preparadas, não tinham produzido a quantidade necessária.

É uma situação passageira e logo todos que precisam serão imunizados.