A importância de escolher bem

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Faltando exatamente uma semana para a realização do primeiro turno das eleições municipais de 2020, chegou a hora de todos os sorocabanos se unirem em um esforço concentrado -- como se diz no jargão legislativo --, para que o município aproveite ao máximo a oportunidade que apenas a Democracia tem o poder de proporcionar.

Por se tratar de um ano atípico em todos os aspectos -- desde as datas alteradas do pleito às campanhas desprovidas do imprescindível olho no olho entre candidatos e eleitores --, nenhuma informação capaz de embasar a escolha consciente, por mais redundante que possa parecer, deve ser deixada de lado.

A tarefa não será das mais fáceis para ambos os termos da equação. No entanto, o resultado final deve contemplar, obrigatoriamente, o bem comum.

De seu lado, os postulantes aos cargos-chaves do município -- tanto do Poder Executivo como do Legislativo -- têm a missão de apresentar propostas exequíveis para todas as questões, sejam emergenciais, urgentes ou que requeiram soluções em prazos mais dilatados.

Na extremidade oposta, os votantes se deparam com a incumbência -- incluindo as diversas conotações que a palavra engloba, da responsabilidade à obrigação -- de avaliar as propostas e optar por aquelas que mais se adequam às carências e aspirações da sociedade.

Vale lembrar que, neste ano, os encargos das escolhas se apresentam substancialmente mais laboriosos em Sorocaba por conta da quantidade recorde de alternativas: são nada menos do que 615 aspirantes às 20 vagas de vereadores e oito chapas disputando a chefia da administração pública.

Na caminhada rumo à formação da equipe responsável pelos destinos sorocabanos no próximo quadriênio, o primeiro desafio dos eleitores é evitar enveredar pelo atalho da omissão.

É preciso deixar claro que abstenções e votos brancos ou nulos, sob quaisquer alegações, correspondem a “lavar as mãos” sobre o futuro dos filhos, da cidade e de si próprio.

Na prática, significa abdicar do arbítrio e permitir que pessoas despreparadas sejam eleitas. Evidentemente, erros desse tipo podem ser corrigidos nas eleições seguintes, porém, quatro anos já terão se passado e os prejuízos acumulados poderão ser irrecuperáveis.

Um guia resumido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para os cidadãos que desejam cumprir o seu dever perante a coletividade principia com a identificação dos valores que julga mais importantes e quais conteúdos quer que seus representantes defendam.

Lamentavelmente, muitas vezes acabamos escolhendo um candidato por conta da amizade, empatia ou, simplesmente, por pura aparência.

Embora não se possa condenar esse método de seleção, o eleitor deve encaminhar sua avaliação com foco em questões universais, ou seja, preocupações que dizem respeito ou são aplicáveis a toda a comunidade e não apenas a um pequeno grupo.

Para isso, é fundamental procurar conhecer a carreira dos concorrentes, incluindo a atuação profissional, o histórico de vida, a postura ética e a conduta diante da sociedade.

Em resumo: o fato de o discurso do candidato não refletir o seu comportamento no dia a dia é um forte indício de que ele pode estar falseando suas promessas e propostas eleitorais.

O pequeno roteiro do TSE acrescenta que é preciso analisar as propostas dos concorrentes, avaliar o partido ao qual está filiado e quem são seus correligionários.

Em seguida, é imprescindível verificar se os planos defendidos pelos pretendentes a mandatários são executáveis e compatíveis com os cargos que eles pretendem ocupar.

Nunca é demais lembrar que a denominação dos poderes traduz fielmente as suas atribuições: o Executivo executa e o Legislativo faz as leis.

Outra informação relevante para os eleitores conseguirem formar um perfil mais realista dos candidatos é a lista dos financiadores da campanha eleitoral, pois as pessoas e empresas que custeiam os políticos podem ter interesses que nem sempre combinam com as prioridades da população.

Apesar de alterações recentes nas regras eleitorais ampliarem a participação do Fundo Partidário, ainda é possível obter doações.

Não obstante seja impossível ter certeza de que os candidatos aparentemente mais preparados para os cargos realmente executarão suas propostas de campanha, inclusive as que se apresentarem viáveis, compete aos eleitores reconhecer e descartar os políticos cujos históricos se demonstrem incompatíveis com as aspirações da maioria das pessoas.

Devemos aproveitar cada um dos sete dias que nos separam do aguardado 15 de novembro para nos preparar da melhor maneira possível e agir com a consciência diante da urna eletrônica.

Para isso, é necessário ficarmos atentos a notícias, jornais, revistas, propagandas eleitorais veiculadas no rádio e na televisão, pesquisas, debates entre os concorrentes e redes sociais com o espírito crítico que o tema requer.