A rejeição eleitoral de Lula, segundo a Genial/Quaest
A rejeição eleitoral ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue acima do índice de 50%, mostra pesquisa Genial/Quaest divulgada na quinta-feira. O petista é rejeitado por 53% dos entrevistados. A pesquisa Genial/Quaest realizou 2.004 entrevistas presenciais entre os dias 6 e 9 de novembro. A margem de erro é de dois pontos porcentuais, e o índice de confiança, 95%.
Em relação a outubro, a rejeição a Lula oscilou dois pontos porcentuais para cima, indo de 51% a 53%. Em maio, 57% dos entrevistados afirmou que não votaria na recondução do petista. O levantamento indica que o debate sobre segurança pública no País foi prejudicial à popularidade de Lula, principalmente em razão da megaoperação policial no Rio de Janeiro, quando o governo do Rio de Janeiro denunciou a falta de apoio do petista. A maioria dos brasileiros discorda da avaliação do presidente sobre a megaoperação. Segundo o petista, a incursão policial foi “desastrosa”. De acordo com a pesquisa Genial/Quaest, 57% discordam da opinião de Lula.
A afirmação de Lula em Jacarta, na Indonésia, de que os traficantes são vítimas dos usuários de droga não agradou aos brasileiros. A maioria discorda da afirmação. Segundo o levantamento da Genial/Quaest, 81% dos entrevistados desaprovaram a fala. Mesmo entre os entrevistados lulistas, a discordância é de 66%.
Segundo o levantamento, cresceu o índice de brasileiros que avalia que Lula não deveria se candidatar à reeleição. São 59% os que acham que o petista não deve tentar um quarto mandato.
A maioria dos brasileiros também discorda da avaliação do presidente sobre a megaoperação contra o tráfico de drogas no Rio de Janeiro, em 28 de outubro. Segundo o petista, a incursão policial foi “desastrosa”. De acordo com a pesquisa Genial/Quaest, 57% discordam da opinião de Lula.
A pesquisa expõe um dado que o governo Lula tenta maquiar, mas que já se tornou impossível de ignorar: a rejeição ao presidente cresce de forma constante, silenciosa e transversal. Não se trata mais de ruído momentâneo provocado por crises episódicas. O que se observa é um desgaste estrutural, alimentado tanto por erros de condução política quanto por frustrações acumuladas da população com um governo que prometeu conciliação, mas entrega conflitos; garantiu estabilidade, mas produz incerteza; prometeu eficiência, mas se amarra em velhas práticas.
A rejeição crescente, medida pela Genial/Quaest, deve ser lida como um alerta para 2026. Para um presidente que voltou ao poder sustentado por uma frente ampla e pela promessa de moderação, receber uma avaliação negativa acima da margem do desconforto é sintoma de que a narrativa oficial perdeu aderência. Não é a oposição que está construindo a imagem de um governo errático, é o próprio governo que insiste em alimentar polêmicas desnecessárias, tensionar aliados, provocar o mercado e relativizar problemas reais como o avanço do crime organizado, a crise fiscal e a estagnação econômica.
A percepção de que o governo parece mais preocupado em vencer disputas ideológicas do que em apresentar resultados concretos tem pesado na opinião pública. Em um cenário de inflação ainda resistente, juros altos e serviços públicos deteriorados, a insistência do Planalto em terceirizar responsabilidades desgasta a paciência do eleitor comum, que não vê melhora em sua vida. Soma-se a isso o crescente desalinhamento entre discurso e prática: critica-se o petróleo enquanto se força a exploração na Foz do Amazonas; fala-se em austeridade enquanto o déficit explode; declara-se compromisso com a democracia enquanto se hostilizam instituições que contrariam os planos do governo.
A rejeição, portanto, não nasce de um único episódio, ela é o resultado acumulado de pequenas fraturas. E, se continuar avançando, terá efeitos diretos sobre a governabilidade. Congressistas tendem a abandonar governos impopulares, reformas são engavetadas, e a coalizão se fragiliza. O custo político de insistir no rumo atual pode ser alto para o País. Além disso, o eleitor brasileiro está cansado das falácias mal ensaiadas e da forma como Lula gosta de gastar o dinheiro do povo brasileiro só para as suas próprias regalias.