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Editorial

Um novo capítulo da farra com o dinheiro público

A ministra Anielle não se satisfez em usar a aeronave em silêncio

26 de Setembro de 2023 às 23:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Ministra Anielle Franco
Ministra Anielle Franco (Crédito: Reprodução)

Mais uma vez ministros do governo Lula foram flagrados utilizando equipamentos do governo, pagos com dinheiro do contribuinte, para benefício próprio.

Depois de várias denúncias feitas por diversos órgãos de imprensa contra Juscelino Filho, das Comunicações; Fernando Haddad, da Fazenda; Nísia Trindade, da Saúde; e Flávio Dino, da Justiça, agora foi a vez da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e do ministro dos Esportes, André Fufuca, utilizarem um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para ir à final da Copa do Brasil entre São Paulo e Flamengo.

A ministra Anielle não se satisfez em usar a aeronave em silêncio. Precisou ir às redes sociais, paramentada como torcedora rubro-negra, para gabar-se do feito.

O vídeo pegou mal, ela recebeu milhares de críticas e resolveu ainda posar de vítima, dizendo-se perseguida e ofendida com a repercussão.

Tentou justificar-se, dizendo que estava a trabalho, que só foi ao estádio para assinar um programa de combate ao racismo e que o povo deveria agradecê-la por deixar a família em pleno domingo para trabalhar pelo país.

Para piorar a imagem do governo, o ministro dos Esportes, André Fufuca, também se deslocou à capital paulista numa outra aeronave da FAB para o mesmo evento.

O gasto do dinheiro público foi em dobro. Só o ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos e Cidadania, optou por utilizar um voo comercial para realizar o seu deslocamento.

O custo de usar um avião da FAB é 70 vezes maior que o de se comprar um bilhete normal de uma companhia aérea.

A situação de Anielle complicou-se ainda mais depois que suas assessoras, empolgadas com o passeio de luxo, esqueceram as regras de civilidade e postaram textos ofendendo os torcedores do São Paulo e até o povo paulista.

O caso repercutiu tão mal que diversos parlamentares decidiram pedir explicações ao governo.

Emparedado, o Ministério da Igualdade Racial anunciou a abertura de uma investigação para apurar a conduta das assessoras da ministra Anielle Franco.

Em postagens no Instagram, as servidoras provocaram a torcida do São Paulo, desfraldaram uma camisa do Flamengo no meio da torcida adversária e ainda ironizaram a derrota do próprio time segurando uma pasta com protocolo do governo federal.

No Instagram, a chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos da pasta, Marcelle Decothé, fez diversas publicações sobre o jogo.

Em uma delas, ela aparece ao lado de outra pessoa enquanto faz um gesto obsceno no meio da torcida do São Paulo, com a legenda “Disfarçadas”.

Depois, em outra publicação segurando a camisa do Flamengo, Marcelle critica a diretoria do clube: “Independente da diretoria fascista, dos pau no koo que acha que merece vestir a camisa desse clube, pra sempre Flamengo. Não importa onde esteja, sempre estarei contigo!”, escreveu a funcionária pública.

Marcelle, foi além. Nas redes sociais decidiu elevar os ataques aos adversários e publicou ofensas de cunho racial à torcida são-paulina.

Em uma postagem no Instagram, a assessora chamou os são-paulinos de “torcida branca, que não canta, descendente de europeu safade (sic)”.

Não satisfeita, decidiu estender suas ofensas a todos os 44 milhões de cidadãos paulistas ao afirmar: “Pior de tudo de pauliste”.

A mesma foto de Marcelle com a camisa do Flamengo foi publicada pela assessora especial de comunicação estratégica da pasta, Luna Costa. Luna debocha do fato de Marcelle ter exposto a camisa do Flamengo na torcida do clube adversário.

“Marcelle brincando com o perigo abrindo a camisa do Flamengo no meio da torcida do São Paulo”, diz a publicação.

Em outro post de Marcelle, Luna aparece com os braços para cima com a legenda: “Depois da quinta final perdida pelo Flamengo, meu time agora é o Brasil”.

Como se pode notar, não há argumento que possa justificar a atitude dessas assessoras.

Elas sabiam muito bem onde estavam, quem estava pagando a conta e como deveriam se portar num evento, em tese, oficial.

Preferiram deixar o decoro de lado e aproveitar da função para agredir, desrespeitar e beneficiar-se. Uma atitude execrável e que não pode ser tolerada.

Todas essas figuras representam o Ministério da Igualdade Racial, mas o que pode se perceber é que elas não têm a menor noção do que é igualdade e só usam seus cargos, regiamente remunerados, para defender bandeiras próprias que mais excluem do que incluem.

Qualquer investigação que não determine o desligamento desses funcionários públicos será considerada um tapa na cara da sociedade, principalmente dos paulistas, ofendidos gratuitamente.

No final da tarde desta terça, 26, o Ministério da Igualdade Racial anunciou a demissão da assessora Marcelle Decothé.