Renascimento
Recuperação acelerada
Essa melhora toda no setor de serviços tem impacto direto na queda do desemprego
O setor de serviços está crescendo e gerando milhões de empregos desde que foram retiradas as restrições impostas durante a pandemia da Covid-19. As empresas sofreram bastante, por quase dois anos, e agora aproveitam o bom momento para se recuperar.
Em setembro, o setor cresceu mais 0,9% e atingiu o quinto resultado positivo seguido. O ganho acumulado no período ficou em 4,9%, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgados ontem (11), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para se ver o tamanho dessa recuperação, o setor registra, atualmente, um índice 11,8% acima do nível de fevereiro de 2020, antes que a população mundial sequer sonhasse com os transtornos que o coronavírus poderia produzir na organização da sociedade. O estágio representa um recorde histórico, superando o desempenho de novembro de 2014.
No ano, o acumulado do volume de serviços avançou 8,6% na comparação com o mesmo período de 2021. Em 12 meses, passou de 9%, em agosto, para 8,9%, em setembro, e permaneceu com a trajetória descendente iniciada em abril de 2022, quando registrou 12,8%.
“Essa maior frequência de taxas positivas tem correlação com a volta das atividades de caráter presencial, como serviços prestados às famílias, locação de automóveis, algumas atividades turísticas e transportes, que trouxeram o setor de serviços para o patamar que se encontra hoje”, explicou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo. O técnico destacou ainda que a renovação da série histórica se deve também aos “serviços voltados às empresas”.
O analista acrescentou que tanto o setor de transportes quanto o de informação e comunicação estão pesando mais do que 30 pontos percentuais nos serviços e, combinados, alcançaram 65,8% do setor. “O crescimento dessas duas atividades, seja por meio dos serviços de tecnologia da informação ou por transportes de cargas são aquelas que fizeram com que o setor de serviços tivesse alcançado o nível que se encontra em 2022”, completou.
Esse sentimento pode ser transformado em números. A venda de motocicletas, usadas na maioria das vezes para o transporte rápido de cargas, está tendo um desempenho fantástico. Só o polo industrial de Manaus produziu, em outubro, 137.346 motocicletas. A produção é 26,6% maior do que a registrada no mesmo mês do ano passado. Na comparação com setembro, houve um pequeno recuo de 1,6%, tendo em vista que no mês anterior a produção ultrapassou as 139 mil motocicletas.
De acordo com o levantamento feito pela associação que representa o setor, esse é o terceiro melhor resultado do ano, só perdendo para agosto e setembro.
A Abraciclo apontou que esse é o melhor resultado para os dez primeiros meses do ano desde 2014. A entidade projeta, até o final do ano, a produção de 1,42 milhão de motocicletas, um acréscimo de 18,8% nos números de 2021.
A demanda aquecida está fazendo a indústria produzir cada vez mais. No varejo, foram negociadas 120.273 motocicletas em outubro, uma alta de 24% em relação a outubro do ano passado. Outubro também foi o terceiro melhor mês nos emplacamentos. O melhor foi registrado em maio com 133.344 licenciamentos, seguido por setembro, com 123.641.
É importante ressaltar que em economia tudo está interligado. O aumento na venda de motos é motivado pelo crescimento do serviço de entregas e isso acontece porque as famílias e as empresas estão consumindo mais. Simples assim.
Os serviços prestados às famílias, por exemplo, registraram alta pelo sétimo mês seguido. As áreas com maior destaque foram os restaurantes, os serviços de bufê e as atividades de condicionamento físico. Todas registraram altas acima da média.
Essa melhora toda no setor de serviços tem impacto direto na queda do desemprego, já que esse é o setor responsável por gerar quase metade das vagas de trabalho no País. Um setor de serviços forte ajuda a movimentar a indústria e o comércio e todos juntos produzem um Brasil cada vez mais rico e próspero.