A primavera chegou em setembro e veio acompanhada de um bom volume de chuvas, principalmente no Sul e no Sudeste. Essa notícia é importante para o abastecimento das cidades e para a safra agrícola. É agora em outubro que os agricultores dos principais Estados brasileiros produtores de grãos semeiam as lavouras. E as novas culturas precisam de umidade no solo para se desenvolver adequadamente.

O que se tem visto nos últimos dias é uma mistura de calor e temporais. Sorocaba registrou, na semana passada, a maior temperatura do ano, na casa dos 34°C. A cidade também tem enfrentado alguns problemas por causa do excesso de chuva em alguns momentos. Na manhã desta segunda-feira (31), por exemplo, o rio Sorocaba transbordou em alguns pontos próximos ao Parque das Águas. Os temporais, seguidos de ventos fortes, causaram ainda a queda de árvores e a pane em alguns conjuntos semafóricos. Nada muito grave até o momento. Em contrapartida, a represa de Itupararanga registrou aumento em seus índices, garantindo que a região deve sofrer menos com a falta de água no verão.

Por falar em abastecimento, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) manteve a bandeira verde em novembro para todos os consumidores conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Com a decisão, não haverá cobrança extra na conta de luz pelo sétimo mês seguido.

A conta de luz está sem essas taxas desde o fim da bandeira de escassez hídrica, que durou de setembro de 2021 até meados de abril deste ano. Segundo a Aneel, na ocasião, a bandeira verde foi escolhida devido às condições favoráveis de geração de energia.

Caso houvesse a instituição das outras bandeiras, a conta de luz poderia enfrentar um aumento de até 64%, dependendo do tipo de conta de cada empresa ou residência. Quando a conta de luz é calculada pela bandeira verde, significa que o valor não sofre qualquer acréscimo. Quando são aplicadas as bandeiras vermelha ou amarela, a conta já enfrenta alguns aumentos que variam de R$ 2,98, no caso da bandeira amarela a R$ 9,79 na bandeira vermelha patamar 2. Isso a cada utilização equivalente a 100 quilowatts-hora (kWh).

O Sistema Interligado Nacional é dividido em quatro subsistemas: Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte. Praticamente todo o País é coberto pelo SIN. A exceção são algumas partes de Estados da Região Norte e de Mato Grosso, além de todo o Estado de Roraima.

Nesse contexto, a expectativa do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) é que as usinas hidrelétricas do Sudeste e do Centro-Oeste devem encerrar o mês de novembro com os reservatórios muito próximos de 50% da capacidade. A projeção representa alta de mais de 30 pontos percentuais em relação a novembro de 2021, quando havia ameaça de racionamento de energia.

O Sudeste e o Centro-Oeste concentram os principais reservatórios das hidrelétricas no País. Em outubro, a capacidade ocupada está na casa dos 49,9%. No mesmo período de 2021, os lagos das usinas das duas regiões estavam em torno de 19% da capacidade.

Beneficiado com fortes chuvas de outubro, as usinas da Região Sul estão quase cheias. Os reservatórios encerraram o mês com 91,7% da capacidade, mas devem recuar um pouco, para 83,8%, no fim de novembro.

O mês de novembro deve apresentar também uma boa quantidade de chuva. As estimativas para o Sudeste, para o Centro-Oeste e para o Sul estão dentro da média histórica e as hidrelétricas deverão receber um excelente volume de água.

A primavera tem sido ótima em termos de condições climáticas. As chuvas em boa quantidade, se não agradam a todos, garantem boa produção no campo, geração de energia mais barata e tranquilidade no abastecimento de água, três fatores primordiais para manter as cidades funcionando bem, sem onerar a população. Que São Pedro mantenha o tempo assim, com chuvas frequentes para ajudar no desenvolvimento do Brasil.