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O recado da RMS no primeiro turno das eleições
Em 22 dos 27 municípios da RMS, Bolsonaro teve votos suficientes para se eleger num único turno
A Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), composta por 27 municípios, votou maciçamente para a reeleição do presidente Jair Bolsonaro, neste primeiro turno das Eleições 2022. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e foram computados logo após o término da votação.
A hegemonia foi tão grande que em 22 dos 27 municípios Bolsonaro teve votos suficientes para se eleger num único turno. Em 7 dos 27 municípios, o atual presidente recebeu mais de 60% dos votos válidos.
Cerquilho foi o grande destaque. Lá Bolsonaro foi escolhido por 65,41% dos eleitores que foram aos locais de votação no domingo (2). Lula teve 25,68% dos votos, uma diferença de 39 pontos percentuais.
Mas em alguns municípios da RMS a eleição foi bem mais apertada. Em Alumínio, Bolsonaro registrou seu menor índice de votos. Segundo o TSE, Bolsonaro ficou com 44,87%. Já a menor diferença entre Bolsonaro e Lula aconteceu no município de Iperó, ficou abaixo de um ponto percentual.
Esses números mostram a penetração de Bolsonaro no interior paulista e justificam o despeito de Lula pelos capiaus, ignorantes, que vivem na região.
Vale lembrar, agora, o comentário feito por Lula, no dia 22 de setembro, durante entrevista no Programa do Ratinho, no SBT. Lula de forma bastante desrespeitosa e sem motivo algum, atacou o povo paulista. Segundo o petista, o jeito “ignorante, bruto e capiau de Jair Bolsonaro é característico do interior de São Paulo”.
“O Bolsonaro, você sabe que é meio ignorantão, meio chucro, fala palavrão”, disse Lula. “Um pouco ignorante, aquele jeitão bruto dele, jeitão de capiau, do interior de São Paulo, bem ignorante mesmo. Tem gente que acha que é bonito ser ignorante, mas não é. O bonito é ser educado, um cara refinado, como eu”, disse Lula.
A resposta dos paulistas do interior já pode ser vista no primeiro turno das eleições. E vai ser muito difícil para o ex-presidente se redimir de seu ato preconceituoso.
E não foi só Jair Bolsonaro que teve destaque no primeiro turno das eleições. A Região Metropolitana de Sorocaba também votou em massa em Tarcísio de Freitas que disputa o governo do Estado. O candidato do Republicanos venceu em 26 dos 27 municípios da RMS. Em um único local ele ficou em terceiro lugar na disputa, foi em Iperó.
Em 10 dos 27 municípios da RMS, Tarcísio recebeu votos suficientes para levar a eleição ainda no primeiro turno. O melhor resultado do aliado de Bolsonaro foi verificado em Cerquilho. Lá Tarcísio recebeu 60,51% dos votos válidos e ficou 39 pontos percentuais à frente de Fernando Haddad, do PT.
Fernando Haddad, além de não liderar a disputa em nenhum dos municípios da RMS, ainda amargou o terceiro lugar em quatro deles: Alambari, Boituva, Capela do Alto e Sarapuí.
O atual governador, Rodrigo Garcia, conseguiu ficar em primeiro lugar em um município da RMS. Seu desempenho nas eleições foi muito abaixo do esperado pelo PSDB que apostava numa ida para o segundo turno. Com essa derrota, Garcia, que era vice de João Doria, encerra um ciclo de 28 anos dos tucanos à frente do Palácio dos Bandeirantes. Desde Mário Covas, em 1994, o PSDB dava as cartas no governo paulista e garantia boa parte de sua projeção nacional.
A derrota tucana não foi só de Rodrigo Garcia. Antigos caciques do partido também foram barrados pelo voto popular. É o caso do senador José Serra que tentava uma vaga de deputado federal, do suplente dele José Aníbal, e do ex-ministro da Educação e ex-secretário da pasta em São Paulo, Rossieli Soares.
Duas figuras barulhentas do Congresso, que migraram para o PSDB, também foram ignoradas pelas urnas. Joice Hasselmann e Alexandre Frota receberam votações pífias. O tombo maior foi para Joice que nas eleições de 2018, quando era aliada de Bolsonaro, teve mais de um milhão de votos. Sem o apoio do presidente, despencou para menos de 15 mil votos. Esse, sem dúvida, deve ser o maior desastre eleitoral da história política brasileira.
Termina o primeiro turno, é hora de começar um novo embate entre bolsonaristas e lulistas. Os dois lados se enfrentam tanto na eleição nacional como na estadual. Os próximos dias serão vitais para a busca de aliados. O resultado desse esforço extra será conhecido em 30 de outubro.