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Editorial

Com queda no desemprego, índice fica em um dígito

Hoje temos um número maior de brasileiros ganhando seu próprio sustento

01 de Julho de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: Marcos Santos / USP Imagens)

O primeiro semestre de 2022 terminou com mais uma boa notícia para o Brasil. A taxa de desemprego, depois de muitos anos, ficou em apenas um dígito. Um fato para se comemorar, e muito. Atualmente quase 100 milhões de brasileiros estão recebendo por algum tipo de atividade remunerada. Trinta e cinco milhões com carteira de trabalho assinada só no setor privado.

Os dados da ocupação dos trabalhadores foram divulgados ontem (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e mostram recuperação continuada do mercado de trabalho. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) aponta que a taxa de desocupação ficou em 9,8% no trimestre móvel encerrado em maio.

O recuo foi de 1,4 ponto percentual em relação ao trimestre de dezembro de 2021 a fevereiro de 2022, quando a taxa ficou em 11,2%, e de 4,9 pontos percentuais na comparação com o mesmo período de 2021, quando o desemprego estava em 14,7%. Segundo o IBGE, esta foi a menor taxa de desocupação para um trimestre encerrado em maio desde 2015, quando o indicador registrou 8,3%.

Em números, o Brasil tem hoje 10,6 milhões de pessoas desocupadas. São 1,4 milhão de pessoas a menos frente ao trimestre anterior, o que representa um recuo de 11,5%. Na comparação anual, a queda foi de 30,2%, com 4,6 milhões de pessoas a menos desocupadas.

O total de pessoas ocupadas atingiu o recorde da série iniciada em 2012, com 97,5 milhões. Uma alta de 2,4%, ou mais 2,3 milhões de pessoas, na comparação trimestral e de 10,6%, ou 9,4 milhões de pessoas, na comparação anual. O nível da ocupação foi estimado em 56,4%, alta de 1,2 ponto percentual frente ao trimestre anterior e de 4,9 pontos percentuais em relação ao mesmo trimestre de 2021.
Com o aumento no número de empregados, cai a taxa de subutilização. O recuo foi de 1,7 ponto percentual em relação ao trimestre móvel encerrado em fevereiro, para 21,8%. Na comparação com o trimestre encerrado em maio de 2021, a queda foi de 7,4 pontos percentuais. A população subutilizada ficou em 25,4 milhões de pessoas, uma queda de 6,8% frente ao trimestre anterior e de 23,8% na comparação anual.

Já a população desalentada está em 4,3 milhões de pessoas, uma queda de 8,0% em relação ao trimestre anterior, com menos 377 mil pessoas, e de 22,6% na comparação anual, o que representa 1,3 milhão de pessoas. O percentual de desalentados na força de trabalho ficou em 3,9% no trimestre móvel encerrado em maio.

O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado subiu 2,8% no trimestre, para 35,6 milhões de pessoas. Na comparação anual, o aumento foi de 12,1%, o que representa um contingente de 3,8 milhões de pessoas. Por outro lado, o número de empregados sem carteira assinada no setor privado foi o maior da série, com 12,8 milhões de pessoas, um aumento de 4,3% no trimestre e de 23,6% no ano.

Os trabalhadores por conta própria ficaram estáveis em 25,7 milhões de pessoas no trimestre, mas o contingente subiu 6,4% na comparação anual, com mais 1,5 milhão de pessoas. As trabalhadoras domésticas são 5,8 milhões, número estável em relação ao trimestre anterior e 20,8% maior na comparação anual, com a entrada de 995 mil pessoas nesse setor. O setor público emprega 11,6 milhões de pessoas, número 2,4% maior do que no trimestre anterior e estável na comparação anual.

Com isso, a taxa de informalidade ficou em 40,1% da população ocupada, contra 40,2% no trimestre anterior e 39,5% no mesmo trimestre de 2021.

Por esses dados, apresentados pelo IBGE, nota-se que a informalidade praticamente não se alterou e gente que não estava no mercado de trabalhou ingressou. Hoje temos um número maior de brasileiros ganhando seu próprio sustento. Nem todos os cargos e salários são suficientes para manter a família, mas é um passo importante para se reduzir a pobreza.

Outra medida adotada pelo Governo Bolsonaro é a mudança de regras do Bolsa Família para o Auxílio Brasil. Pelo programa anterior, o beneficiário perdia a renda dada pelo Estado se aumentasse seus ganhos. E isso desestimulava a procura por trabalho. Isso mudou. Mesmo que o beneficiário arranje emprego e mude um pouco de patamar, o auxílio permanece. Essa alteração, por si só, fez com que muita gente voltasse ao mercado para complementar o orçamento da família. O resultado está aí. Mais uma queda no índice de desempregados e boa parte do Brasil interessada em trabalhar e ajudar o País a superar qualquer crise econômica que ainda possa surgir.