Manter a Covid-19 distante é um dever de todos

É importante, nesses dias mais frios e da aproximação do inverno, não se descuidar da saúde

Por Cruzeiro do Sul

O Brasil tem registrado, nos últimos dias, um aumento dos casos de Covid-19. A maioria das pessoas, por estar imunizada, tem apresentado sintomas leves e se recuperado rapidamente. O número de óbitos, considerando todo o País, tem ficado na média de cem registros por dia, com pequenas variações para cima e para baixo.

O problema é que o frio está chegando e a tendência natural é que a procura por lugares fechados aumente. E com isso cresce o risco de contágio.

Outro fator que preocupa é a queda na procura por vacinas. Um boletim, divulgado na quinta-feira (19), pelo Observatório Covid-19 Fiocruz reforça a preocupação com a estagnação do crescimento da cobertura vacinal na população adulta, além da desaceleração da curva de cobertura da terceira dose. A análise aponta que, na população acima de 25 anos, a cobertura no território nacional para o esquema vacinal completo é de 80%.

No entanto, em relação às faixas etárias, os dados mostram que a terceira dose nos grupos mais jovens segue abaixo da média considerada satisfatória. Nas crianças entre 5 e 11 anos, 60% tomaram a primeira dose e apenas 32% estão com esquema vacinal completo. Em relação à terceira dose, nas faixas etárias acima de 65 anos, a cobertura está acima de 80%. A quarta dose dos imunizantes foi aplicada em 17% da população com mais de 80 anos.

“O cenário atual ainda é motivo de preocupação. A ocorrência de internações tem sido consistentemente maior entre idosos, quando comparados aos adultos. Além disso, o surgimento de novas variantes, que podem escapar da imunidade produzida pelas vacinas existentes, constitui uma preocupação permanente”, alertam os pesquisadores.

O aumento no número de casos e mortes decorrentes da Covid-19 já faz com que alguns municípios pensem em recomendar a volta do uso de máscara em locais fechados. Cidade como Londrina (PR), Petrópolis (RJ) e Poços de Caldas (MG) já estudam essa ideia. As autoridades sanitárias de Belo Horizonte pretendem ser mais radicais e cogitam retomar a obrigatoriedade da proteção individual. Duas escolas particulares da capital mineira anunciaram a suspensão temporária das aulas presenciais em algumas turmas após confirmação de casos de Covid-19.

Esse mesmo cenário tem se repetido em várias cidades. Em Sorocaba, por exemplo, o jornal Cruzeiro do Sul noticiou recentemente a suspensão de aulas e de classes e várias escolas públicas mantidas pelo Estado.

O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), descartou a possibilidade de volta de restrições de circulação ou uso obrigatório de máscaras no Estado de São Paulo.

“A vacina resolveu até agora a questão da Covid. Nós tivemos sim um aumento no número de mortes, o de internações está estabilizado, o comitê cientifico se reúne periodicamente e em nenhum momento eles demandaram medidas adicionais”, afirmou o governador.

A diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa Etienne, pediu aos países que adotem medidas para aumentar a vigilância e a vacinação para garantir que os sistemas de saúde estejam preparados para lidar com um potencial aumento de pacientes com Covid.

“As hospitalizações por Covid-19 aumentaram em 18 países e as internações em unidades de terapia intensiva aumentaram em 13 países e territórios”, alertou Carissa Etienne. Ela destacou ainda que, após um período de menor transmissão, muitos países abandonaram medidas de saúde pública, como uso de máscaras e distanciamento físico e isso pode provocar uma nova onda de contágios nos próximos meses. “Devemos ficar de olho no vírus”, afirmou, pedindo aos países que mantenham e fortaleçam a infraestrutura de testes e garantam que nos locais onde os auto-testes estão disponíveis, que os resultados sejam notificados às autoridades de saúde.

O Brasil saiu da pandemia. A economia está voltando a crescer e a vida se normalizando. É importante, nesse momento, não descuidar da saúde. Manter as regras de higiene pessoal, a vacinação em dia, usar máscara logo que surjam alguns sintomas relacionados à doença e evitar o contato com quem desrespeite essas regras. Se todo mundo estiver atento, o risco de uma nova onda é bem menor.