Buscar no Cruzeiro

Buscar

Editorial

Imposto menor para conter a inflação

Há muita coisa ainda a se fazer antes da inflação voltar para o centro da meta definida pelo Banco Central

25 de Maio de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: Marcelo Camargo / Agência Brasil )

O governo federal anunciou, na segunda-feira (23), a redução de dez por cento nas alíquotas do Imposto de Importação sobre vários produtos com destaque para o arroz, o feijão e a carne. Segundo o Ministério da Economia, o objetivo é reduzir os impactos inflacionários decorrentes do período da pandemia e por consequência a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. A medida visa frear o aumento de preços sobre os insumos básicos do setor produtivo.

Além do arroz, do feijão e da carne, serão beneficiadas as massas, os biscoitos e os materiais de construção. No total, mais de seis mil itens terão redução no imposto.

“A medida anunciada hoje (dia 23), somada à redução de 10% já realizada em novembro do ano passado, aproxima o nível tarifário brasileiro da média internacional e, em especial, dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)”, afirmou o secretário de Comércio Exterior do ministério, Lucas Ferraz. Essa mudança vale até o final de 2023.

A iniciativa é mais uma arma disparada pelo governo contra o dragão da inflação. O presidente Jair Bolsonaro tem mostrado muita disposição em atacar a origem do problema, tentando evitar que os preços subam.

Outra medida tomada na segunda-feira foi a troca, de novo, no comando da Petrobras. O aumento constante no preço dos combustíveis tem incomodado e governo.

Em nota oficial, o Ministério de Minas e Energia informou que o governo federal, como acionista controlador da Petrobras, decidiu trocar o presidente da estatal. Segundo a nota, José Mauro Ferreira Coelho, que assumiu o cargo há 40 dias, será substituído por Caio Mário Paes de Andrade na presidência da empresa.

Na nota, o ministério agradece a Ferreira Coelho pelos resultados alcançados pela Petrobras durante sua gestão, mas destaca que o País “vive atualmente um momento desafiador, decorrente dos efeitos da extrema volatilidade dos hidrocarbonetos nos mercados internacionais”.

Segundo o ministério, diversos fatores geopolíticos impactaram no preço da gasolina, do diesel e dos componentes energéticos e, para que sejam mantidas as condições necessárias para o crescimento do emprego e da renda da população, é necessário fortalecer a capacidade de investimento no setor privado. “Trabalhar e contribuir para um cenário equilibrado na área energética é fundamental para a geração de valor da empresa, gerando benefícios para toda a sociedade”, diz a nota.

A troca de comando na empresa fez com que as ações caíssem fortemente na Bolsa de Valores de São Paulo. O recado para o mercado foi claro. Se a Petrobras não entender o papel social dela nesse momento de crise, novas mudanças virão.

Apesar do presidente ser criticado por alguns de seus atos e opiniões, a confiança nos rumos econômicos que o Brasil tem adotado tem crescido. O Índice de Clima Econômico (ICE), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), subiu 2,1 pontos no Brasil no segundo trimestre deste ano e chegou a 62,7 pontos, em uma escala de 0 a 200 pontos.

Brasil e Uruguai, este com alta de 14,2 pontos, foram os únicos dos dez países latino-americanos analisados pela pesquisa a apresentar crescimento no segundo trimestre, na comparação com o primeiro.

Na média, a América Latina apresentou queda de 11,7 pontos no período, de acordo com a pesquisa. Os demais países oscilaram entre recuos de 5,5 pontos na Bolívia e 27,9 pontos na Argentina.

O estudo também divulgou previsões de especialistas para o PIB de 2022 dos países pesquisados. A estimativa de crescimento para este ano no Brasil subiu de 0,7% no primeiro trimestre para 0,8% no segundo trimestre. É uma variação pequena, mas que mostra que estamos no caminho certo.

Há muita coisa ainda para se fazer antes da inflação voltar para o centro da meta. O governo tem mostrado que pretende agir constantemente para atingir esse objetivo. Cabe à sociedade contribuir de todas as formas possíveis. Só assim, unidos, vamos conseguir alavancar o crescimento do País.