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Editorial

A produção agrícola bate novos recordes

A China segue sendo o principal destino comercial do agronegócio brasileiro

14 de Maio de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: JAELOSN LUCAS / AEN (28/8/2020))

O agronegócio brasileiro tem muito a comemorar. Este ano, mais uma vez, será batido o recorde de produção. A safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas deve atingir a marca de 261,5 milhões de toneladas, de acordo com a última estimativa do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado quinta-feira (12) pelo IBGE. Essa quantidade supera em 3,3% (ou 8,3 milhões de toneladas) a da safra obtida em 2021 (253,2 milhões) e 1% acima da estimativa divulgada em março (2,5 milhões).

A agricultura brasileira tem apresentado um rendimento fantástico, o que tem colaborado, e muito, para o desenvolvimento do País. No início do século XXI, uma safra de 100 milhões de toneladas já era considerada um fenômeno. Vinte anos depois, mais que dobramos a produção e a área de cultivo é praticamente a mesma. Foi a eficiência de nossos agricultores que garantiu esse salto de produtividade e de qualidade.

Principal commodity do País, a soja teve a colheita praticamente finalizada nos principais Estados produtores, e apresentou aumento 2% no volume de grãos em comparação com março. Ainda assim, a produção nacional, que deve ficar na casa de 118,5 milhões de toneladas, apresenta uma redução de 12,2% na comparação com 2021. “Foi uma safra marcada por efeitos climáticos adversos, com registro de forte estiagem durante o desenvolvimento da cultura”, justifica o gerente da pesquisa, Carlos Barradas.

O grande destaque dessa safra foi o milho. Serão produzidos quase 112 milhões de toneladas, um crescimento de 27,5% na comparação com o ano passado. “Vai se confirmando uma excelente segunda safra de milho, que compensa, em parte, as perdas da primeira, da safra de verão”, confirma Barradas.

Além de movimentar bilhões de reais, garantir alimentação para boa parte do mundo, gerar empregos e desenvolvimento, a produção agrícola tem uma outra característica importante. Ela é democrática. Todos os Estados da Federação se beneficiam com seu avanço. A região Centro-Oeste, por exemplo, teve um crescimento de produção na safra deste ano de cerca de 12%. O Nordeste, 10%. O Sudeste 11%, o Norte, 5%. Só a região Sul, por causa dos problemas climáticos, registrou queda de 14%.

O dinheiro que vem do campo é gasto, geralmente, na própria comunidade. Isso garante evolução nos serviços, na construção civil, no consumo. Todos acabam ganhando e fazendo a roda financeira girar cada vez mais rapidamente.

O grão produzido no Brasil serve não só para alimentar a população, mas também é insumo importante na pecuária e na produção de combustíveis. O ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, citava sempre que o frango nada mais é que um monte de milho que anda, tal a importância desse cereal para os avicultores.

A produção brasileira está presente, também, em um número cada vez maior de países. As exportações seguem de vento em popa principalmente no pós-pandemia.

A balança comercial do agronegócio brasileiro fechou o ano de 2021 com saldo positivo de US$ 105,1 bilhões, 19,8% acima do verificado em 2020, impulsionada pela alta dos preços internacionais das commodities. Dos quinze principais produtos da pauta de exportação (que representaram 89,5% em 2021), todos tiveram alta nos preços médios, alguns acima de 20%.

A China segue sendo o principal destino comercial do agronegócio brasileiro e os embarques somaram US$ 41 bilhões em 2021, com alta de 20,6% em relação a 2020. Entre os principais produtos importados pelos chineses estão a soja em grãos, as carnes, a celulose e o açúcar.

Como mostram os números, o agronegócio é um mar de prosperidade. O Brasil tem aprendido explorar cada vez mais sua vocação agrícola, sem se descuidar do meio ambiente. Ninguém está dizendo aqui que problemas não existam. Em todos os setores há bons e maus profissionais. O que se pode destacar é que temos mais motivos para nos orgulhar do agronegócio do que para criticar aqueles que produzem de sol a sol. O novo recorde de produção previsto para esta safra é motivo sim de celebração e de ampla divulgação.