Bom senso volta a ser o melhor remédio

A cautela nos aconselha a aproveitar todo o conhecimento que já dispomos e aplicar as informações que demonstraram resultados na prática

Por Cruzeiro do Sul

As máscaras continuam sendo essenciais para evitar a disseminação dos vírus, tanto da gripe como da Covid-19

Depois de uma breve trégua nos meses finais de 2021, a rede hospitalar de Sorocaba, tanto a pública quanto a privada, principia 2022 sob ameaça de colapso. Filas imensas, pacientes de variadas faixas etárias aguardando atendimento durante horas e até instalações ampliadas para fazer frente à demanda adicional.

O cenário é resultado de dois eventos associados ao recrudescimento de quadros virais até certo ponto previsíveis e evitáveis: a retomada das infecções por Covid-19 e a explosão de casos de síndrome gripal.
Ainda abaladas pela recente tragédia coletiva provocada pelo novo coronavírus e assustadas com a semelhança entre os sintomas das enfermidades, a reação natural da maioria das pessoas inclui a busca por atendimento médico emergencial.

Felizmente, a quase totalidade dos diagnósticos, tanto de uma como da outra doença, tem apontado gravidade reduzida, requerendo tratamentos básicos ou apenas orientação.

Embora ninguém tenha condições de garantir que a situação não sofrerá uma inversão no médio ou longo prazo, neste momento, a orientação das autoridades ouvidos pelo jornal Cruzeiro do Sul é para que os pacientes que apresentarem sintomas leves façam uma autoavaliação prévia antes de se deslocarem até uma unidade de saúde, enfrentarem longos períodos de espera e, aí sim, estarem expostos aos vírus que estão circulando na cidade.

A Secretaria Municipal da Saúde (SES) pede que aqueles pacientes que apresentam sinais leves, como febre, tosse, irritação na garganta, dor no corpo, náuseas, vômitos, diarreia e perda de apetite, procurem uma das quatro unidades sentinelas na cidade: São Guilherme, Fiori, Simus e Éden.

Já as pessoas com sintomas graves, como falta de ar, desmaio, convulsão, confusão mental, doenças crônicas que pioram em função dos sintomas gripais e febre persistente acima de 39ºC, devem se dirigir a unidade de urgência e emergência (UPHs, PAs e UPA) mais próxima.

O posicionamento dos especialistas se baseia em diversos fatores considerados atenuantes, na comparação com os períodos em que a Covid-19 se mostrou mais agressiva no Brasil.

Exemplos seriam o elevado índice de imunização contra o coronavírus e a resposta rápida das autoridades municipais à crise atual, implantando unidades de saúde sentinelas para atender especificamente os casos de gripe.

Evidentemente, entrar em pânico não ajudará a amenizar o problema. Ao contrário, a situação exige o máximo de bom senso. A cautela nos aconselha a aproveitar todo o conhecimento que já dispomos, aplicar as informações que demonstraram resultados na prática e nos resguardarmos ao máximo.

No caso da gripe, passamos dois anos com baixa ocorrência, pois a proteção que adotamos contra a Covid-19, fazendo uso de máscaras e outras medidas, também impedia a circulação do vírus influenza -- mesmo que a vacinação contra esse agente tenha ficado muito aquém do necessário.

No entanto, o relaxamento recente das medidas de prevenção, principalmente durante as festividades de Natal e ano-novo, nos deixou mais vulneráveis. Esse fator, aliado ao surgimento da variante Ômicron da Covid-19 -- cujas características ainda são apenas parcialmente conhecidas -- ampliaram a probabilidade de propagação da doença, mesmo de e para aqueles que já completaram o ciclo de vacinação.

Resumindo, devemos voltar a fazer o que nos protegeu nos momentos mais drásticos da pandemia: higienizar sempre as mãos; não compartilhar utensílios de uso pessoal, como toalhas, copos, talheres e travesseiros; caso haja indicação, utilizar uma máscara protetora; evitar frequentar locais fechados ou com muitas pessoas e manter o esquema vacinal em dia.