Editorial
Onda de assaltos na região assusta
Em menos de 20 dias, shoppping de Sorocaba e centro comercial na Rodovia Castelo Branco são alvos de ações criminosas

Nas últimas semanas, algumas ocorrências policiais em Sorocaba e região nos levam a crer que o momento é de acender o alerta em relação à segurança pública neste período.
Anteontem à noite, um bando assaltou uma loja de roupas dentro do Catarina Outlet, complexo comercial instalado na Rodovia Castelo Branco, em São Roque. Com ação similar a um arrastão, a quadrilha causou pânico entre funcionários e clientes. O bando invadiu rendeu trabalhadores e roubou as mercadorias. Algumas vítimas foram amarradas pelos criminosos e presas nos provadores de roupas. Com a chegada da Polícia Militar, os suspeitos fugiram em um veículo, pegando a rodovia Castelo Branco, sentido interior. Diversos vídeos feitos por frequentadores do centro comercial foram parar nas redes sociais, mostrando mercadorias jogadas e reviradas, tiroteio e gritaria.
De acordo com a Polícia Civil, após a fuga, os suspeitos foram encontrados e abordados em um posto de combustível na Castelo. Houve troca de tiros e dois foram presos em flagrante, enquanto os demais conseguiram fugir. Um deles foi baleado, chegou a ficar internado no Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), mas ontem recebeu alta e já foi conduzido ao Centro de Detenção Provisória. Com os suspeitos foram apreendidos os produtos roubados, além de dois carros e três armas. Ainda não há informações sobre quantas pessoas participaram da ação. O caso está sendo investigado.
A ação dos criminosos nos fez lembrar de outra ocorrência recente, quando bandidos assaltaram, no dia 13, o shopping Iguatemi Esplanada, localizado entre Sorocaba e Votorantim. O grupo, formado por seis a dez indivíduos, teve como alvo duas joalherias instaladas no local, justamente em um dos horários de maior movimento. A ação durou alguns minutos, mas os assaltantes levaram objetos avaliados em cerca de R$ 500 mil. Eles também renderam um vigilante e o mantiveram como refém até a conclusão do assalto. Vários disparos de arma de fogo foram efetuados pelos assaltantes. Porém, não houve confrontos com o segurança da loja nem com policiais. Foram momentos de terror e pânico para muitos consumidores. Felizmente ninguém se feriu. Testemunhas disseram que o bando fugiu em dois carros em direção à rodovia Raposo Tavares (SP-270).
Essa é a terceira vez em menos de um mês que assaltantes provocam pânico em shoppings no interior de São Paulo. No último dia 24, criminosos armados também invadiram e renderam funcionários do shopping Piracicaba, na cidade homônima. Até o momento, ninguém foi preso.
A população ficou assustada com os crimes e questiona se existe alguma relação entre os roubos. A Polícia Civil ainda não informou detalhes sobre a investigação, mas não descarta essa possibilidade.
E a preocupação não para por aí. No sábado, outro caso, não muito comum na cidade, também deixou a população apreensiva. Após cometer um sequestro-relâmpago e obrigar a vítima a sacar dinheiro, um criminoso foi abordar outro veículo no qual se encontrava o economista e professor Henrique Rafael da Silva Romão, de 38 anos, e a esposa, Renata Maldonado. Ao ser abordado pelo homem armado, Henrique se assustou e derrubou a chave no chão ao sair do veículo. O assaltante reagiu e atirou no tórax do professor, antes de fugir a pé. O crime ocorreu próximo à Praça Armando Pannunzio Filho, por volta das 21h. Felizmente Henrique está se recuperando bem no hospital para onde foi levado. De acordo com a polícia, o suspeito do crime foi detido e a arma, apreendida. Duas semanas atrás também tivemos o assassinato brutal de uma mulher por um pedreiro em Itapetininga.
Enfim, as forças de segurança precisam redobrar a atenção pois parece que a bandidagem está interessada em praticar crimes em locais que, até outro dia, não eram alvo nem sofriam esse tipo de ocorrência. É preciso combater tais ações com força e energia, para tentar cortar o mal pela raiz. Já em relação à população, todo cuidado é pouco. Ainda mais em época de final de ano, quando as ocorrências parecem aumentar.