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Atenção total com as queimadas

Operação conjunta busca orientar e evitar queimadas e focos de incêndios florestais na região de Sorocaba, ainda mais com início de estiagem e poucas chuvas

15 de Maio de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
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Nesta semana, a região de Sorocaba foi palco de uma operação ambiental importante. Realizada pela Polícia Militar Ambiental e Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), por intermédio do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema), a ação tem como objetivo evitar a ocorrência de queimadas e focos de incêndios florestais em vegetações e áreas mais vulneráveis. A operação foi batizada de Huracán -- na mitologia grega, esse era o deus considerado responsável por catástrofes naturais, com a invocação do vento, fogo e terra, entre outros elementos. Segundo os órgãos, a Operação Huracán tem caráter preventivo e ocorre nesse momento por conta da forte estiagem no Estado, em que há mais risco para a ocorrência de queimadas e incêndios.

As atividades tiveram início na segunda-feira (10) e seguiram até quarta-feira (12) em todo o Estado, contando com 520 policiais e promotores. As equipes visitaram e realizaram policiamento preventivo contra incêndios em unidades de conservação, áreas de preservação permanente, reservas legais, áreas especialmente protegidas e também faixas de domínio nas margens de rodovia e ferrovias.

Ao todo foram vistoriadas 824 propriedades rurais, cujos responsáveis receberam orientações quanto às medidas de prevenção, como a manutenção dos aceiros nos canaviais e os planos de prevenção contra incêndio. Foram percorridos 5.572 quilômetros de aceiros e 5.340 quilômetros de margens de rodovias (faixas de domínio) e zonas de amortecimento de unidades de conservação.

Na área de atuação da 3ª Companhia do 1º Batalhão de Policiamento Ambiental, localizada em Sorocaba, foram realizadas fiscalizações em diversas propriedades. Os agentes percorreram o total de 2.075 quilômetros, sendo coberta uma área de 948 hectares de cultivo de cana-de-açúcar. Ainda foi feita vistoria em 106,5 mil metros de aceiros.

Trata-se de um trabalho fundamental, ainda mais pelo fato de estarmos saindo de um período de pouca chuva e entrando na fase de estiagem -- iniciada em abril, após “as águas de março fechando o verão”, como diz a canção popular, e que só vai terminar lá por setembro, com o prenúncio da primavera.

Neste ano, o Estado de SP teve poucas chuvas, abaixo da média. Devido ao clima seco, há um risco maior de queimadas. Elas acontecem com maior frequência em propriedades rurais que ficam às margens das estradas, onde qualquer toco de cigarro jogado inescrupulosamente pode vir a causar um incêndio de maiores proporções. Afinal, o mato seco desta época do ano é de fácil combustão.

Alguns incêndios são criminosos, outros podem ser causados por raios e até por descuido na limpeza de terrenos. Até um caco de vidro, uma lata ou um pedaço de metal podem ser responsáveis por dar início ao fogo que, sem controle, pode consumir grandes áreas de plantações ou matas.

Outros fatores que contribuem para as queimadas são o aumento da incidência de ventos, a baixa umidade relativa do ar e a já falada falta de chuvas.

Por conta disso, os trabalhos das autoridades e órgãos não param na Operação Huracán. Segundo eles, as ações conjuntas seguirão durante todo período de estiagem no Brasil, com previsão de término no mês de outubro.

Em 2020, os focos de incêndio consumiram 149 hectares na região, o equivalente a 202 campos de futebol. Só no ano passado, foram aplicadas 98 multas na região, sendo arrecadados R$ 2 milhões. Uma empresa de Porto Feliz (SP), por exemplo, foi multada três vezes e teve que pagar cerca de R$ 1 milhão.

As pessoas que forem flagradas colocando fogo em áreas de vegetação podem responder por crime ambiental e pegar até seis anos de prisão, além de ter que pagar uma multa. O valor depende da área consumida, se era um local de preservação ambiental, se atingiu nascentes e se houve animais mortos.

Denúncias de queimadas podem ser feitas diretamente à Polícia Ambiental ou através do telefone 190.