Do Leitor
República, ora República
Sr. editor,
Excelente o editorial do Cruzeiro do Sul de quarta-feira (15), dando destaque à data comemorativa da Proclamação da República, especialmente destacando que “Hoje era para ser um dia de festa, de comemoração dos 134 anos da Proclamação da República. Só que não é isso o esperado. O que se vê é um abatimento geral. Um certo medo de expor ideias e pensamentos, de buscar alternativas”. E o que se viu foi realmente isso, silêncio total, como confirmou o próprio Cruzeiro do Sul de ontem (16).
No mesmo diapasão, com igual e excelente destaque, veio o artigo do ilustre empresário e presidente do Centro das Industrias do Estado de São Paulo (Ciesp), o senhor Rafael Cervone, quando ali disse que “Assim cabe reiterar que ser republicano, além de definir uma crença política, pressupõe acatar os valores da democracia e a isonomia de direitos entre todos, repudiar privilégios e corrupção, cumprir as leis e ter conduta única.”
Apesar disso e da realidade, é que nossos poderes constituídos e nossas autoridades, eleitas ou nomeadas, não deram conta de seus cargos e da própria Constituição Federal Republicana, pois é certo que, sem a proclamação da República, tão ignorada, tão esquecida e tão desprezada, elas jamais estariam no exercício de seus cargos. Teriam esquecido? Com certeza não. Trata-se de desprezo à cidadania e ao dever cívico, garantidos constitucionalmente. Se até a mais alta autoridade nacional esqueceu ou fez questão de olvidar, com certeza por falta de um alerta de um de seus assessores de comunicação, como pode ser pensado na união e na reconstrução tão programada, uma vez que, devemos sim, valorizar nossa nacionalidade, exercer nossa cidadania e demonstrar nosso civismo, em todos os momentos, juntos e irmanados.
ADAIR ALVES FILHO