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Um caos urbanístico de trânsito e de civilidade

02 de Abril de 2020 às 00:01

Sérgio Reze

Infelizmente já virou uma notícia corriqueira. Matérias que retratam acidentes de trânsito estão cada vez mais frequentes nos jornais, na internet, no rádio e na TV.

Os fatos sobre a circulação de veículos em Sorocaba, deveriam ser motivo de grande preocupação por parte dos responsáveis do controle de tráfego e, também, de todos nós cidadãos.

Uma seta esquecida, uma freada brusca, a alta velocidade, o uso do celular, uma ultrapassagem incorreta, entre outras irregularidades, que podem ser vistas no dia a dia de quem percorre as ruas da cidade são, para alguns, pequenos detalhes, mas que causam grandes problemas.

Contudo, um dos principais causadores de acidentes é a forma mal-educada e agressiva com que boa parte dos motociclistas e motoristas dirigem seus veículos. Podemos dizer que na nossa cidade as calçadas não são feitas para o uso de pedestres e as ruas para o uso de veículos.

Essa agressividade, aliada à atual falta de planejamento da nossa malha viária, caminha para um futuro ainda pior. São esses “pormaiores” que vão sendo deixados de lado e não são solucionados por quem deveria.

Comecemos a pensar nos limites de velocidade que o poder público autoriza para as ruas e avenidas, o que, em muitos casos, não são condizentes com os seus traçados.

Como é possível autorizarmos que nas ruas, avenidas estreitas e congestionadas, velocidades de 50, 60 e 70 km/h sejam permitidas numa cidade repleta de lombadas, depressões e faixas vivas?

Falta uma fiscalização mais eficaz e produtiva do poder público, que deve ir além do trabalho dos “amarelinhos” com suas multas.

A fiscalização eletrônica não educa e nem proíbe, servindo apenas para a chamada “indústria da multa”. O trabalho da fiscalização, ao parar e abordar um condutor apressado, têm um poder educador e inibidor muito maior do que o radar.

Mesmo faltando assistência, os motoristas não se isentam da culpa. A falta de educação e civilidade é muito grande.

Deixo aqui alguns tópicos a serem levantados e debatidos pela opinião pública e pelos “entendidos” do assunto:

- Estamos vivendo um caos urbanístico de trânsito e de civilidade;

- Não adianta só cobrar do poder público sendo que o outro também não faz a sua parte;

- O poder público precisa aplicar atitudes mais severas e estruturar melhor o trânsito pois, o que vivemos hoje, está problemático;

- O que esperar de um povo que não respeita as leis de trânsito, os sinais do semáforo, as placas indicativas, as faixas de pedestre, as lombadas e os radares?

O trânsito da cidade precisa ser mais discutido e repensado. As atitudes dos motoristas precisam ser punidas de maneira mais dura. Quem sabe assim, as notícias na imprensa serão mais positivas.

Sérgio Reze é empresário e presidente da Associação Comercial de Sorocaba (Acso)