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Reverência a Laís Elena Aranha da Silva

14 de Março de 2019 às 00:01

Branca Silva

Estava eu à beira da quadra, pendurada na cerquinha no Colégio Divino Salvador em Jundiaí, esperando para assistir ao jogo do campeonato paulista adultos entre Jundiaí x Santo André, e ali fui apresentada à pequena notável Laís, ex-jogadora e técnica. Nesse momento bem provável que ela tivesse dedicado uns 20 anos ao basquete e eu mal começava!

Nessa data, inclusive como torcedora mirim, o jogo rolando e no calor levei sobra na cara do resto de água do copinho de uma das jogadoras, tamanha era a rivalidade. Confesso, ali foi um misto de susto e encanto (rs). A energia do grupo de Santo André, o barulho que fazia, a raça que tinha, era estilo Laís.

Não muito distante desse dia, tive a 1ª experiência como atleta da Laís num JEBS representando São Paulo, jogos disputados em Brasília. Constatei o prestígio e liderança da Laís defendendo o grupo quando tivemos um desconforto no alojamento e ela prontamente foi exigir melhorias junto aos dirigentes.

Depois uma breve passagem de Laís como assistente da Seleção Brasileira Adulta, onde ela se recusou a viajar. Sempre “brigou” e se indignou pela falta de honestidade nas convocações técnicas e de atletas nas seleções.

E por fim, ela mais coordenadora do que técnica, cruzamos nas quadras, ambas como treinadoras.

Laís não tinha papas na língua, pouco se importava em agradar porque tudo era movido pelo seu esforço e poucos abnegados ao seu lado. Nada e nem ninguém fez ela mudar!

Laís, defensora ferrenha de sua cidade, de seus grupos e do Basquete Feminino Brasileiro.

Laís deixa saudade por sua espontaneidade e amor.

Laís cumpriu sua missão com maestria.

Todos, um dia, iremos, mas ninguém será Laís Elena!

Branca Silva foi atleta por 23 anos. Jogadora de Basquete da Seleção Brasileira, vice-campeã Olímpica, medalha de Prata em 1996. Mora em Araçoiaba da Serra.