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Olha o imposto aí, gente!

04 de Janeiro de 2019 às 00:01

Brasil, país onde os “impostos” se atraem!

Há uma piada popular sobre o fisco: -- Você sabe qual é a diferença entre a Receita Federal e uma sanguessuga?... A sanguessuga vai embora depois que a vítima morre.

Ano novo dívida velha! Vêm aí os impostos e taxas a pagar do início do ano. Nesse momento bate uma inveja do peru da ceia que teve mais sorte e sofreu menos que os brasileiros diante dos carnês. Não só o ano começou como está custando mais caro.

É quando, finalmente, os governos se lembram do cidadão. Como notícia ruim chega rápido, cobrança não atrasa. Aliás, o melhor amigo do homem são os impostos e taxas. O mundo pode nos esquecer, mas as cobranças públicas jamais! A explicação é que o governo precisa fazer investimentos. E deve ser verdade, pois sempre investem sobre o nosso dinheiro.

Todo governo jura reduzir gastos públicos desnecessários. Mas, se prometem enxugar a máquina pública, logo abrem licitação para comprar toalhas felpudas e macias. Quando dizem que vão cortar as despesas é para abrir pregão e comprar tesouras e facas. E ao jurar que vão apertar os cintos, fazem leilão para comprar os furos. E quem paga? Adivinhe...

Segundo o Banco Central, a dívida bruta dos governos federal, estaduais e municipais somou R$ 5,13 trilhões em maio de 2018. Para 2021, se nada for feito, a previsão do I.F.I. (Instituto Fiscal Independente) é que a dívida pública chegue a 83,51% do PIB.

Com essa dívida pública astronômica cada brasileiro que nasce em 2019 já começa a vida devendo aproximadamente R$ 27 mil. Nascem com o crédito negativo na conta e endividados. As mães estão dando à luz com tarifa no vermelho:

-- Quem são os senhores?

-- Somos Eu e Ele, agentes do fisco ou Receita Federal ou leão faminto ou tungada ou seu pior pesadelo ou maldição. Enfim, dívida pública. Quem é Luiz Antônio Carlos Junior?

-- É meu filho.

-- Tem nota fiscal? Livro Caixa? Recibos para provar? Ele deve R$ 25 mil aos cofres públicos.

-- Mas ele acabou de nascer!

-- Já vimos desculpas melhores. Onde está o sonegador?

-- Senhores, ele é um bebê!

-- Já ouvimos desculpas melhores. Todos têm uma para escapar dos impostos. Melhor ele se entregar ou será pior para todos.

-- Vão prender um bebê?

-- Pior, vamos cobrar juros e correção monetária, custas advocatícias, taxas e multas, bloqueio de cartões... espere até ele ser chamado para dar explicações.

-- Por favor, senhores ele está mamando!

-- Por pouco tempo! Com os novos ajustes fiscais do nosso governo essa mamata vai acabar!

Há esperança. O novo ministro da Economia promete mudanças. Deve juntar os atuais oito impostos federais em apenas alguns, provavelmente teremos um novo IPTU -- Imposto Por Ter Umbigo -- quem não tiver “um bigo” estará isento; o novo IPVA -- Imposto Pela Veia Abaixo -- no lugar dos “Goela abaixo”; o novo IR -- Imposto por Respirar -- isento quem ficar sem respirar; e o INSS -- Imposto Ninguém Se Salva.

O Ministro garante que o foco será a seguridade e a previdência, cuja dívida ameaça quebrar o Brasil. O Governo quer que o brasileiro tenha uma velhice segura. Com as novas regras de idade e tempo de contribuição à aposentadoria do aposentado será certamente segura... segura por seis alças e alguns amigos.

O risco mesmo, devido à crise da previdência, é que o governo deixe de cobrar o COFINS -- Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social -- e passe a cobrar o SEMFIM, um imposto que nunca acaba. É esperar e pagar (pagar mesmo!) para ver.

Nas próximas semanas estarei de férias, mas não é bom comemorar, pois eu posso voltar... Feliz 2019 a todos.

José Feliciano - Redator, roteirista de humor e mistérios. Médico com carnês a pagar.