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Melhor... idade, envelhecendo com saúde (parte 2)

28 de Novembro de 2019 às 00:01

Tulio Pereira Cardoso

Evitando quedas e acidentes

Uma das causas mais frequentes e incapacitantes do idoso são as fraturas. Estatísticas dos Estados Unidos falam em 250 mil fraturas ano e dobram a cada 10 anos.

A mais frequente é a fratura dos ossos do punho que não é tão limitante. Já as mais graves são as fraturas em torno do quadril. São as fraturas da cabeça e do colo do fêmur, e as fraturas da região trocantérica do fêmur. O indivíduo às vezes cai porque quebrou, ou seja nem sempre quebrou porque caiu. A mulher idosa com osteoporose é mais comumente acometida.

A mortalidade no primeiro ano pós fratura é de 17% dos casos operados e de 35% nos casos não operados. Portanto, parece que o melhor tratamento é a fixação cirúrgica da fratura ou a substituição por prótese articular, já que com todas as complicações possíveis, a sobrevida e qualidade de vida é maior nos casos operados.

Existem maneiras de evitar quedas. Faça adequações no espaço onde você vive. Evite armadilhas como brinquedos dos netos espalhados pelo chão. Muito cuidado com animais de estimação que vivem dentro de casa. Tropeçar em cães ou gatos é causa frequente de quedas. Evite tapetes, principalmente aqueles ao lado da cama ou no banheiro.

Atenção com pisos molhados.

Mantenha boa iluminação e instale corrimão nas escadas.

Marque a borda dos degraus com fita colorida.

Usar calçados com solas emborrachadas antiderrapantes e evitar andar “de meias” é uma boa maneira de evitar quedas.

Não tente atitudes como subir em cadeiras ou escadas de má qualidade, por exemplo para trocar lâmpadas. Peça para alguém mais jovem fazer isso.

O banheiro é um dos locais mais perigosos. Instale barras de apoio, use tapetes antiderrapantes e talvez cadeira de banho dependendo da limitação do idoso.

Cuide da visão e audição pois são sentidos muito importantes na vida diária.

Algumas medicações prescritas para hipertensão arterial, alguns analgésicos e antidepressivos podem afetar seu equilíbrio aumentando o risco de quedas. Converse com seu médico.

Cuidado no trânsito tanto como motorista como pedestre.

Dirigir e usar celular não combinam com nenhuma idade. Beber e dirigir é de uma incompatibilidade e irresponsabilidade não esperadas para alguém mais vivido.

Atravessar a rua exige do idoso atenção redobrada, já que sua agilidade e capacidade para correr é muito menor, e tanto a audição como a visão normalmente estão reduzidas.

Dados do Ministério da Saúde de 2015 demonstram que os idosos são as principais vítimas de acidentes de trânsito e 36% dos atropelamentos resultam em morte. A cada 7 minutos ocorre um atropelamento no Brasil com mais de 15 mil mortes e aproximadamente 15 mil inválidos por ano. Levantamento feito pela Policia Militar e Urbes entre janeiro e junho de 2015 demonstraram que tivemos 39 atropelamentos com cinco mortes em Sorocaba. A cada 100 atropelados só nove saem ilesos.

Ações como a instalação da Faixa Viva para travessia segura são elogiáveis e necessárias, mas é preciso que a população tenha atitude de respeito, tanto o motorista quanto o pedestre.

O Ministério das Cidades e o Denatran promovem campanhas educativas com frases que deveriam ser refletidas por todo cidadão: 1) Na cidade somos todos pedestres, 2) Pedestre, você também faz parte do trânsito, 3) Todos juntos fazem um trânsito melhor, 4) Avance no respeito. Não avance na faixa, 5) Pedestre, dê o sinal para sua vida, 6) Pedestre, use sua faixa.

Educação também é saúde.

Dr. Tulio Pereira Cardoso tem Título de Especialista pela Soc. Bras. Ortopedia e Traumatologia e é Coordenador da Preceptoria de Ortopedia do Hospital Santa Lucinda de Sorocaba.