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‘Match point’ inicia série de Woody Allen

07 de Junho de 2019 às 00:01

‘Match point’ inicia série de Woody Allen Nola (Scarlett Johansson) e Chris (Jonathan Rhys Meyers): relação perigosa. Crédito da foto: Divulgação

Nildo Benedetti - [email protected]

Descendente de judeus imigrantes de classe média, Woody Allen nasceu em 1935 em Nova York. Já escreveu e dirigiu mais de quarenta filmes. Sua filmografia trata de uma ampla gama de gêneros e boa parte têm cenas de humor, prestando-se ao entretenimento. Mas seus filmes, mesmo cômicos, sempre levantam questões universais relevantes com respeito ao comportamento e à psicologia dos seres humanos na sociedade ocidental contemporânea. É o caso dos três filmes que exibiremos na Fundec hoje e nos dias 14 e 28 deste mês.

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“Match point” é o primeiro filme de Allen rodado em Londres. O protagonista é Chris, um jovem irlandês que havia sido tenista profissional e que é admitido para o cargo de instrutor de um requintado clube de tênis de Londres. Um de seus alunos é Tom, membro de uma família inglesa muito rica. Tom simpatiza com Chris e o convida para assistirem a uma ópera com sua família. No teatro, a irmã de Tom, Chloe, demonstra que imediatamente caiu de amores pelo jovem instrutor de tênis. Chris é convidado para passar um fim de semana no campo, na suntuosa casa da família de Tom. Chris e Chloe iniciam um namoro.

Tom tem uma namorada, Nola, uma jovem americana que veio a Londres para estudar teatro, porque pretende seguir carreira de atriz; faz testes e sempre fracassa. E então ocorre que Chris e Nola, atraídos um pelo outro mais do que pelos irmãos Chloe e Tom, iniciam uma relação às escondidas. Contudo, ambos se mantém ligados aos respectivos compromissos por evidente interesse econômico. O filme, portanto, trata de sentimentos afetivos, mas também de ganância que se interpõe à realização daqueles sentimentos.

Os pais da Chloe veem com bons olhos o relacionamento dela com Chris e o pai emprega-o em uma de suas empresas. Paga-lhe um curso de administração e, com essas ajudas, Chris acaba por atingir um cargo elevado na organização. Por outro lado, Tom gosta de Nola, mas sua mãe demonstra, com clara hostilidade, que não aprova o relacionamento do filho com uma americana fracassada, sem talento e divorciada.

O filme também trata da influência do acaso na vida do ser humano. É certo que tentamos inutilmente eliminar a influência do acaso nas nossas vidas, planejando-a em passos minuciosos que frequentemente não se realizarão. Todos devem enfrentar a condição de que grande parte da vida depende do acaso. Por isso, logo no início do filme vemos uma bola de tênis acertando a rede e uma voz “in off” diz que a pessoa que disse “prefiro ter sorte a ser bom”, entendeu o significado da vida. E completa: “Há momentos em que a bola bate no topo da rede e, por um instante, ela pode ir para frente ou para trás. Com sorte, ela vai para frente e você ganha. Ou talvez não, e você perde.” O título do filme deriva dessa condição de casualidade. O pai de Chloe diz que, com pais como Chloe e Chris, o recém-nascido filho do casal será grande em qualquer coisa que escolher, mas Tom responde que não liga se ele for grande, o que espera é que tenha sorte.

Serviço

Cine Reflexão

“Match point”, de Woody Allen

Hoje, às 19h

Sala Fundec (rua Brigadeiro Tobias, 73)

Entrada gratuita