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Inteligência competitiva

25 de Outubro de 2018 às 10:14

Peter Drucker (1909/2005), considerado o pai da administração moderna, disse: 'A questão central para o executivo moderno é ser capaz de usar o conhecimento para criar novos produtos e serviços'. Todos empreendedores e empresários devem pensar bem sobre o significado dessa frase. Afinal, saímos de uma sociedade industrial que precisava de dinheiro para gerar dinheiro e chegamos à sociedade da informação que precisa de informação para gerar dinheiro. Digo mais: precisa de conhecimento para gerar dinheiro e para gerar mais conhecimento.

Observem que informação e conhecimento não têm o mesmo significado. Aquela é o conjunto de itens que sabemos ou acreditamos existir. Este é o resultado da compreensão das informações somada às percepções humanas. Portanto, conhecimento é mais que informação. Tais conceitos, pelas suas importâncias, devem ser amplamente aplicados a nossa profissão, empresa, família, enfim, as nossas vidas.

Vejam, por exemplo, o modelo de negócio elaborado por Larry Page e Sergey Brin (criadores do Google): o que importa são as informações. O Google utiliza informações para produzir outras informações a partir dos dados coletados, da experiência dos usuários e do próprio mundo da internet. Todavia, temos a oportunidade de ampliá-las, analisá-las e transformar tudo para conhecimento, considerando informações estratégicas e dispensando informações sem importância.

Por isso que se fala de “inteligência competitiva” que é o uso organizado da informação relevante para competir e vencer. Inteligência vem do latim “intelligere”: fazer ligações de uma leitura ou de um acontecimento. A inteligência se aplica a tudo: educar um filho, treinar um esporte, desenvolver um negócio. Portanto, é uma ideia amplamente aplicável à empresa.

Mas, como saber se uma informação é relevante ou não? A melhor maneira de se saber é compartilhando-as, pois essa é a principal forma que nós, seres humanos, aprendemos e, portanto, é assim que a empresa aprende. Boas e más experiências devem ser registradas e analisadas. E só é possível compartilhar informações e conhecimento por meio de uma comunicação eficaz. A todo esse processo chamamos gestão da informação.

Com as informações coletadas, é possível obter delas o conhecimento e, aí sim, formular estratégias de crescimento, inclusive para superar crises. A inteligência competitiva pressupõe controle das informações. E não se exerce gestão estratégica sem ter o conhecimento como base. Isso é fundamental para o sucesso. Muitas empresas até conseguem muitas informações, mas são incapazes de processá-las com rapidez e eficiência, são incapazes de distingui-las e transformá-las para conhecimento. E quanto mais rápido for o acesso e o processamento, mais rápido a empresa atingirá seus objetivos. Se a gestão da informação é precisa e ajustada, as decisões dela originárias certamente serão positivas.

Em plena vigência da “sociedade da informação” torna-se obrigatório a qualquer empresa exercitar a inteligência competitiva por meio de uma gestão estratégica. É preciso parar, analisar e compreender! Observem que hoje em dia os maiores patrimônios de uma empresa são: know-how, bases de dados, empregados e parceiros comprometidos e criativos. Ou seja, elementos vinculados ao conhecimento. Prédios e veículos deixaram de ser relevantes!

Só se estabelece e se perpetua a inteligência competitiva com planejamento, com pensamento voltado ao modelo do negócio, com a disposição de melhorar, de agregar valor, obtendo e transmitindo conhecimento.

Caro leitor, pense nisso e aja da forma certa para valorizar sua empresa, seu negócio e sua própria vida!

Márcio Flávio Lima é advogado inscrito na OAB Sorocaba.