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Drones e a internet dos céus

01 de Novembro de 2019 às 00:01

Letice Kubert

À medida que o uso de drones no setor comercial se expande rapidamente, analisamos se as medidas de segurança estão acompanhando o ritmo de tal expansão. Os avanços no setor de drones comerciais estão acontecendo a uma velocidade tal que estamos prestes a testemunhar o que Graham Trickey, diretor de IoT da GSMA, chama de “a internet dos céus”.

A aplicação dos drones comerciais já pode ser encontrada em cinco importantes setores, como no de varejo, como a Amazon que vem usando os drones para melhorar seus prazos de entrega; na agricultura, no monitoramento de condição das colheitas; no setor de energia, com o fornecimento de leituras de medição de energia em tempo real e melhoria na segurança das inspeções humanas; no setor de construção civil, com o uso por trabalhadores com mais segurança; e, na segurança pública, usados para auxiliar nas operações de resgate.

No entanto, em abril de 2019, três voos que aterrissariam em Gatwick, no Reino Unido, foram desviados após a observação de drones no espaço aéreo. Em junho de 2019, a observação de drones não autorizados interrompeu as decolagens do Aeroporto Changi de Cingapura: uma pista foi fechada e dezenas de voos atrasaram.

Estas notícias estão impactando cada vez mais o nosso dia a dia, e devem continuar no futuro, já que a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) prevê que, até 2020, haverá 7 milhões de drones no ar. Colocando isso em uma perspectiva, haverá dez vezes mais drones comerciais do que aeronaves tripuladas até 2020.

Este mundo novo e conectado, que vem trazendo muitas vantagens para a nossa vida cotidiana, engloba também desafios em termos de privacidade de dados e segurança cibernética, sendo o mundo digital o maior risco de segurança para os drones atualmente.

Os governos precisarão desempenhar seu papel e criar a regulamentação e padronização que permitirão aos drones operar com segurança, incluindo a autenticação e rastreabilidade de drones e quaisquer processos de dados.

Sendo necessário um sistema remoto de rastreamento de identificação que usa a mesma tecnologia que a indústria de telefonia móvel global, por exemplo. Possibilitando que os drones em voo estejam autorizados, rastreados e monitorados com segurança, permanecendo continuamente protegidos contra hackers e gerando registros completos de todas as suas ações.

Como todos os produtos que fornecemos em torno da autenticação, conectividade e cibersegurança, é possível criar um ambiente seguro para os drones que atenderão esse tipo de necessidades.

Enquanto continuarmos focados na segurança dos seres humanos durante a evolução da tecnologia de drones e suas aplicações, poderemos realmente aguardar ansiosos pela internet dos céus, em vez de temê-la. Para superar esses desafios, é importante colocar o usuário final no centro dessa reflexão e levar a confiança digital para esse novo mundo conectado.

Letice Kubert é diretora comercial de IoT para a América Latina na Thales.