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Artrite ou artrose, sempre um grande problema

19 de Setembro de 2018 às 09:35

A osteoartrite, antes conhecida como osteoartrose ou simplesmente artrose, é uma alteração das juntas (articulações) decorrente de numerosos problemas, afetando principalmente os joelhos, quadris, mãos e coluna vertebral. É uma enfermidade extremamente frequente acima dos 65 anos de idade e em 80%, acima dos 75. Além de provocar dores intensas também causa sensação de rigidez, inchaços, perda de movimentos, deformidades e até incapacidade total do segmento afetado, prejudicando a qualidade de vida. Quando surge sem causa aparente é chamada de idiopática ou primária, e secundária se identificado um fator que favorece seu aparecimento.

A osteoartrite compromete ambos os sexos, existindo fatores predisponentes ou mecânicos. Entre os predisponentes são mencionados: hereditariedade (parentes com a forma poliarticular), obesidade (piora a dor na junta das pernas e coluna), disfunções hormonais (menopausa), excesso de mobilidade (desgaste por amplitude dos movimentos), distúrbios metabólicos (gota, diabetes, etc), uso repetitivo de uma articulação no trabalho, lazer ou esporte (posição ajoelhada) e trauma. Entre os fatores mecânicos, a causa mais comum é a agressão constante, como na artrite do jogador de futebol, que afeta ligamentos e meniscos mesmo após sua retirada cirúrgica.

Os riscos também aumentam com o avançar da idade, tendo em vista as maiores oportunidades de traumas. Nos casos de fratura ou luxação, a simples alteração da função mecânica pode predispor ao aparecimento de osteoartrite, particularmente no ombro, quadril e tornozelo. A artrite pode evoluir por longos períodos sem apresentar sintomas, sendo detectada somente por radiografia. Ou, então, mostrar sintomas com evolução lenta, mas progressiva.

A princípio surge dor intermitente em determinada junta, geralmente relacionada com esforço físico ou trauma. Depois sensação de rigidez muscular e diminuição gradual da amplitude dos movimentos. A dor é o sintoma mais importante, apresenta intensidade variada e piora com o uso constante da junta afetada.

A rigidez muscular é sentida como uma junta presa, sendo descoberta com o progredir da enfermidade. Também é referida a impressão de que a junta falha no seu desempenho, causando insegurança ou instabilidade, assim como atrofia muscular, crepitação (estalo) e inchaço.

Nos casos avançados existem destruições importantes das articulações, surgindo graves deformidades e perdas de função, que impõem sérias dificuldades na rotina diária do portador, como perda de habilidade para se trocar, subir ou descer escadas e até para caminhar pequenas distâncias.

Após um diagnóstico correto, o tratamento compreende desde simples orientação educacional até o uso de medicamentos (antiinflamatórios não hormonais), exercícios compatíveis com a idade, condicionamento físico, fisioterapia e cirurgia. Os calçados apropriados são importantes para facilitar o andar, usando-se palmilhas, calcanheiras e outros recursos para o realinhamento, absorção de impacto e conforto. Numerosos acessórios, como bengalas, podem melhorar a segurança e a estabilidade, além de

reduzir a dor na deambulação.

A terapia ocupacional. assim como a execução de tarefas do cotidiano, é útil para uma melhor convivência com a rotina diária. Dessa forma, embora a osteoartrite ou artrose seja relativamente comum nos idosos e prejudique o bem-estar dos portadores, existem numerosos meios para prevenir e tratar os sintomas, sempre objetivando uma melhor qualidade de vida. Um bom começo é combater a vida sedentária, refazer a autoestima e sempre se sentir jovem.

Artigo extraído do livro Doenças - Conhecer para prevenir (Ottoni Editora), de autoria do médico Mário Cândido de Oliveira Gomes, falecido aos 77 anos, no dia 6 de junho de 2013.