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A falsidade é maliciosa

04 de Julho de 2018 às 17:39

Geraldo Bonadio

Em 1924, cartas falsificadas, atribuídas ao político mineiro Artur Bernardes, deram origem a uma revolução sangrenta em nosso país. A cidade de São Paulo foi bombardeada tanto por tropas revoltosas quanto legalistas. Cidades como Sorocaba e Itu foram ocupadas por forças rebeldes e muita gente morreu, por conta que uma situação surgida a partir de notícias deliberadamente forjadas e divulgadas por um grupo político.

Notícia falsa não é o mesmo que notícia errada.

Há poucos dias, noticiou-se, a "morte" de Maradona, que havia sofrido um mal-estar, ao fim de uma partida da seleção de seu país na Copa da Rússia. Bastou que ele, depois do socorro médico e de algum repouso, se mostrasse em público para o boato dissipar-se, sem deixar sequela. No caso da notícia falsificada é diferente. Quando a verdade aparece, ninguém acredita nela e o morticínio prossegue.

A notícia falsa não é ocasional. Ela é pensada, construída e difundida a fim de, com sua aparência de verdade, produzir, naqueles que dela venham a ter conhecimento, uma conduta específica. Isso aconteceu na recente eleição presidencial norte-americana, em que foram amplamente utilizadas, a tal ponto que muitos especialistas concluíram haver influenciado decisivamente seu resultado.

É comum, no ambiente de trabalho, na vizinhança ou em qualquer lugar pelo qual você transita, tropeçar em notícias falsificadas. Sempre há quem, maldosamente, elabore e divulgue informações aparentemente verdadeiras, com o objetivo de destruir a carreira profissional, a respeitabilidade ou o casamento de alguém.

A notícia falsa -- assim como o dinheiro falsificado --, parece verdadeira. Por isso mesmo, é essencial, àquele que a recebeu, não propagá-la de maneira leviana, pois, se o fizer, estará se tornando tão torpe e desprezível como quem a concebeu.

"Não espalhe notícias falsas (....)"

Êxodo 23:1

Nova Almeida Atualizada

Geraldo Bonadio é jornalista. [email protected]