A Redenção pelo Livro: o poder transformador da cultura
Diz-se, com razão, que não há salvação fora do saber. A literatura, a cultura e a arte, quando abraçadas ainda na infância, são capazes de operar verdadeiros milagres sociais — elevando da lama ao palco, da invisibilidade à cidadania, da marginalização à honrosa vida acadêmica e profissional. Testemunho disso não por ouvir dizer, mas por vivência própria. Fui menino pobre, criado por uma mãe e duas irmãs, sustentado por um salário-mínimo e alimentado intelectualmente por livros, jornais e revistas doados pelos vizinhos. Hoje, sou advogado, assessor parlamentar, escritor com 61 obras publicadas — muitas delas estudadas em grandes universidades do País — e, com orgulho, Presidente da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil, instituição internacional que congrega mais de 160 membros em todos os Estados brasileiros e em cinco nações.
Minha trajetória não é de exceção, mas de possibilidade. E o que a tornou possível? O livro. A cultura. A palavra.
A criança que lê, sonha. O adolescente que sonha, planeja. O jovem que planeja, realiza. E realiza, sobretudo, porque encontra, nas páginas dos livros, as asas para voar acima das cercas sociais que limitam os caminhos dos que nascem à margem.
Sorocaba, minha terra de amor eterno, é um celeiro fértil onde brotam talentos e se cultiva cultura com a paixão dos que sabem que só ela é capaz de libertar mentes, resgatar almas e construir futuros. Aqui, pulsa viva a Academia Sorocabana de Letras, presidida pelo estimado Antonio Pontes, da qual tenho a honra de fazer parte, ocupando a cadeira nº 5, de Rui Barbosa, sucedendo o brilhante e saudoso Hélio Rosa Baldy. Esta Academia não apenas resguarda a memória literária de nossa gente, como também planta o verbo nas novas gerações — fazendo do papel, pátria; da caneta, espada.
Outras instituições também cumprem com nobreza esse papel civilizatório em nossa cidade. Bibliotecas, centros culturais, escolas públicas e privadas, universidades, associações literárias e grupos teatrais — todos formam uma constelação luminosa que impede Sorocaba de mergulhar na escuridão da ignorância e da violência.
E nesse cenário, sigo escrevendo, contribuindo com o legado histórico e cultural de nossa terra:
A pedido do nobre Presidente da Câmara Municipal, Pr. Luís Santos, e em parceria com o intelectual servidor da Casa José Maria, avançamos na obra “História da Câmara Municipal de Sorocaba”.
Também avanço com a escrita de “História de Sorocaba e seus Prefeitos”, um resgate profundo e afetivo dos gestores que moldaram nossa cidade.
Com o estimado Dr. Carlos Pinto Neto, projetamos o III Volume da “História da Faculdade de Direito de Sorocaba”, instituição que há décadas forma os juristas que alicerçam a Justiça pátria.
E, em projeto coordenado pelo Presidente da OAB Sorocaba, Dr. João Paulo Milano, inicio a “História dos 90 anos da OAB Sorocaba”, uma homenagem à dignidade da advocacia local.
Obras que não são apenas livros, mas pontes entre gerações, faróis em tempos de neblina, testemunhos de um povo que jamais se rendeu à ignorância.
As 61 obras que carrego na alma e nas estantes, muitas publicadas pela Editora Rumo Jurídico, projetaram meu nome entre os juristas mais respeitados da atualidade, o que recebo com gratidão e humildade. Hoje, figuro em listas das principais livrarias do País como referência na área do Direito e da Literatura, uma conquista que começou com o singelo gesto de um vizinho solidário.
Sou formado por quatro universidades, com 14 pós-graduações, três MBAs, mestrado em Educação e, agora, doutorando em Gestão Pública. Habilitado para mais de 20 profissões, exerço com fervor aquela que mais me honra: a de semeador de ideias.
Que este texto sirva de semente. Que pais, professores, gestores públicos e privados compreendam: onde há cultura, há esperança. Onde há literatura, há futuro. Onde há arte, há redenção. E onde há Deus — não existem impossíveis!
Por isso, sigo proclamando, com gratidão e reverência: viva Sorocaba! Viva sua história, sua cultura, sua gente! Que nunca falte a este solo bendito o alimento da alma — o livro —, e que cada criança, ao tocá-lo, descubra que seu destino não está escrito no berço em que nasceu, mas nas páginas que decidir ler e escrever.
Nelson Malzoni é sócio efetivo da Academia Sorocabana de Letras, advogado e assessor parlamentar.