As emoções dos leitores nos armazéns de secos e molhados

É uma viagem no tempo relembrar dos antigos armazéns

Por Cruzeiro do Sul

Ainda há muitos armazéns espalhados pela cidade e, mais comumente, na periferia

Vanderlei Testa

Na semana passada escrevi o artigo dos armazéns da nossa infância. A quantidade de mensagens com o retorno dos leitores superou as minhas expectativas. Esse é o motivo pelo qual continuo essa série de depoimentos com o registro dos armazéns que estão nas memórias e emoções das pessoas. É uma viagem no tempo relembrar dos antigos armazéns. Ainda há muitos espalhados pela cidade e, mais comumente, na periferia. O Mercado Municipal de Sorocaba, em fase de estudos na terceirização da sua gestão, poderá em curto prazo mudar com aquela imagem saudosista que temos de seus armazéns. As bancas e o piso inferior (porão) proporcionam aos nossos olhos e desejos de compras a oportunidade de escolher os produtos em sacarias e a granel. Os armazéns do Mercado Municipal foram citados na pesquisa que fiz sobre esse tema. Nomes como a mercearia King e Paca, secos e molhados, tradicional de décadas aos consumidores sorocabanos mantém as suas características originais.

Roseli Perillo comprava no armazém do Menon. Esquina da rua Tereza Lopes com a rua Olivério Pilar. “Na minha idade escolar infantil comprava no armazém até papel almaço para trabalho de escola”, relata Roseli, filha da Teresa e do saudoso Roberto. Doni Simão e Patrícia Quirino destacaram o armazém do seu Atílio, na rua Visconde do Rio Branco -- Vila Jardini. Carlos Laino: armazém da Dona Isabel, na Pereira da Silva, esquina com rua João Azimonte. Maria Salete Monteiro tem uma relação de armazéns da sua infância e juventude no armazém do Sesi, na rua João Ferreira da Silva, Bairro Árvore Grande. “Meu avô, Bradamante Giovannetti, comprava ‘fumo de corda’ e chouriço”. Vanderlei Gomes era vizinho do tradicional armazém do Estevão Mathiazzi ,em frente à farmácia do Rogério, na Nogueira Padilha. “Eu fui muito no armazém do Estevão e o chamava pelo nome carinhoso de ‘Nego’”. Luciane Garcia, do bairro Além Ponte, recordou do armazém do seu Olegário, na esquina da Nogueira Padilha com a rua Newton Prado. Sueli Samarra comprava no armazém da família Navarro, em frente ao Mercado Municipal. Madalena Oliveira contou: “Armazém do Zé Cristovão, bairro dos Cristovão, na cidade de Araçoiaba da Serra. Lá compramos tudo. Meus pais eram agricultores e um pouco de parentesco com a família dona do armazém. Minha mãe fazia uma ‘sacolada’ de verduras das mais bonitas do nosso quintal e eu levava para vender. Josefina e outras irmãs, filhas do dono, mandavam escolher os doces para levar para casa. Eu saia correndo para casa e alegre. Isso nos anos 60. Saudades sem fim desse tempo.”

José Serto: armazém dos irmãos Rubens e Flávio Dias, no Mercado Municipal. João Carlos Spana frequentou o armazém do seu Zé Igreja, na vila Carvalho. Armazém do Osvaldo e Dona Ana na rua Princesa Isabel e do João japonês na av. General Osório, hoje é o supermercado Seriema. O armazém dos Rosa na Nogueira Padilha foi lembrado por vários leitores, como o Douglas Gomes, José Geraldo Moura e Ana Laura. Vizinho da casa de calçados do Teodoro e do Banco Moreira Sales, o armazém dos Rosas me vêm à lembrança. Parece até que estou enxergando esse armazém, cujos donos, a família Ferreira, são amigos. Destaco o Ronaldo Antunes Ferreira como incansável no comércio de seus pais e tios, imigrantes portugueses.

Valéria Espírito Santo citou o armazém do Bartolo, na esquina da rua Péricles Pilar ao lado da Igreja do Bom Jesus. Nelson Matielli lembrou-se do armazém do Diquico, do seu Geraldo e do Manolo Parra. O Luiz Antônio Stievano citou suas lembranças do armazém do Perfeito Asseituno, na rua Newton Prado, e do Valdemar Aceituno e das suas bancas nas feiras. Nelson recorda, na av. São Paulo, do armazém do Eduardo Pastor e Alberto Pastor. “Esse armazém era dos meus tios e fechou há 30 anos”, contou Ana. Inês Bucci lembra-se do armazém do Estevão Pardo Gutierrez-Teba, na rua Nogueira Padilha. Luiz Carlos Fumagalli lembrou-se do armazém do Líbero e Alzira Tudella, na Hermelino Matarazzo, altura do número 762, e do Dito Paes e Pedrinho, na esquina da rua Baltazar Fernandes com Hermelino Matarazzo. Vani Rodrigues Soler, na sua infância, frequentava o armazém do Santo, na rua Chile, Barcelona. Hoje é uma rede de supermercados. O armazém Correa, do Guy Forgalan Correa e sua esposa Maria Correa, citado na cidade de Votorantim. O casal com oito filhos construiu desde outubro de 1984, há 37 anos, a partir de um armazém pequeno a rede de supermercados Correa. Como eles fazem questão de afirmar, tudo com as graças de Deus.

Terezinha de Jesus Morais frequentou o armazém do seu Mário, na Vila Carvalho, e destaca esse comércio como importante no seu bairro e na sua história. Marcia Dini, filha da Ivone e do Sérgio, destaca o armazém dos seus pais, armazém Oliveira. Vendiam utilidades domésticas numa trajetória que chegou ao minimercado e Comercial Oliveira, em 40 anos de atividades. Vera Lúcia Santos contou do armazém do Jacinto Cortijo e do armazém do Messias na Vila Hortência. Rodrigo Ramones destacou o armazém do Fernando, na rua Luiz Gama. Álvaro Jamas contou que ia à venda do Chico Pinheiro, em frente ao portão do antigo parque Quinzinho. José Luiz Coelho Gonzales ressaltou na sua história a mercearia Dini e o Sete Belo. Luiz Zozoloto frequentou o armazém do Lazinho, na rua Cel. José Tavares, e no largo Francisco Eufrásio, o armazém do Toninho. Marisa Forte recordou do armazém do Espanhol, do Pepe e dona Justa, pais do Paschoal Munhoz, na av. São Paulo. Sérgio Amilcar: “Meus pais, Micaela e Alcides, tinham armazém do Maioral e da Nena na rua Manoel Lopes”. Evanilda Gimenes tem saudades do armazém do Lampião, na sua infância, na rua Cervantes. Na mesma rua, o Vasco Menon fornecia à família da Vera Lúcia Fernandes dos Reis.

Boas compras a todos no túnel do tempo!

Vanderlei Testa (artigovanderleitesta@gmail.com) Jornalista e Publicitário escreve às terças-feiras no jornal Cruzeiro do Sul