Hoje, dia 28 de dezembro, o calendário registra quatro dias ou pouco mais de 72 horas para encerrar o ano de 2021. Repensando de janeiro até este finalzinho de dezembro, revivi na retrospectiva do tempo, atitudes de amor e de dificuldades. Na minha agenda, as citações que envolveram amor superam as situações de desânimo. Como ser humano é assim. A balança pende para o lado onde investimos o peso da nossa inspiração divina. Procuro agradecer cada dia pelo dom da vida e só sou surpreendido por confrontos quando eles aparecem para incomodar a nossa paz interior. Cada pessoa escreve a cada dia as páginas do livro da sua vida. Desde que nascemos, as folhas em branco recebem anotações da nossa existência. Há citações nesse diário que dependem de cada pessoa e outras palavras que escrevemos que são influenciadas por terceiros. Lembro-me de ouvir amigos que não gostavam de determinado alimento e eram induzidos a comer quando criança. Crianças dependem dos adultos. O confronto da vontade própria e do que o outro interfere à nossa vida, pode ser positivo ou negativo à nossa personalidade. Isso não quer dizer que a pessoa adulta ainda esteja com rejeição do tal alimento de infância. Ou está?

Confronto não deve ser disputa entre pessoas. O gosto pessoal ajuda a formar caráter. Já os confrontos, como as de torcidas de futebol e até as questões de saúde pública de tomar vacina de prevenção à Covid-19 ser obrigatória geram desavenças. Um dos exemplos é o uso de máscara.

Faço a retrospectiva deste ano pensando também nos amigos e parentes que partiram em consequência de complicações da pandemia. Os anos de 2020 e 2021 foram ótimos para alguns laboratórios que venderam bilhões de vacinas e péssimo a milhões de famílias que perderam os seus entes queridos. Vou focar no positivo. O que é um ano ótimo apesar das adversidades? Há uma frase conhecida e, não sei quem a criou. Mas está de parabéns o seu autor. A frase diz: “Chegou a hora de repensar nossas atitudes e deixar para trás tudo que não nos faz bem”.

Estas horas que faltam até a meia noite do dia 31 de dezembro poderão ser incríveis em nossas vidas. Isso, caso aproveitemos cada minuto para programar o ano novo deixando de lado o que não nos faz bem e usar a sabedoria que conhecemos na história bíblica do rei Salomão. Ele pediu sabedoria à sua vida no lugar de bens materiais.

O que entristece nas produções de retrospectivas a cada ano (basta ver as chamadas da TV da retrospectiva 2021) é a prioridade de seleção de imagens de desgraças públicas. Acidentes e mortes ganham grande espaço, enchentes e desmoronamentos, guerras e disputas pelo poder são alguns dos tópicos dessas reportagens da virada do ano. Já as notícias boas e atos solidários na área da saúde, cultura, educação e esporte, por exemplo, passam batidos, sem destaque a tantas pessoas que praticam o amor e a solidariedade. Felizmente o jornal Cruzeiro do Sul abre semanalmente este espaço onde posso relatar as histórias de famílias e personagens do bem que enobrecem Sorocaba e o País. O amigo e médico Edgard Steffen tem a mesma atitude do bem em seus artigos veiculados aos sábados.

A pergunta que faço aos leitores é: qual o tipo de livro que estamos escrevendo em nossa fase adulta? Deixar páginas em branco sem registrar nada é como renegar a vida e deixar o tempo passar sem tomar atitudes de amor e fraternidade nos anos que ainda restam a cada pessoa. O ano 2022 vai continuar com confrontos, pandemia controlada, desafios do desemprego, perdas e frustrações, mas devemos ser fortes para mudar os rumos da história que vivemos. Quem assistiu em 2021 aos jogos paraolímpicos realizados no Japão, acompanhou o recorde de medalhas conquistadas por atletas brasileiros. Pessoas vitoriosas que usaram de suas deficiências físicas para treinarem insistentemente e tomar atitudes de superação que emocionaram o mundo e serviram de modelos de conduta positiva aos que pensam no negativo das suas vidas.

Muitos mutilados em seus membros do corpo, como o atleta de natação Daniel Dias estão na minha memória como símbolo de força de vontade. Quando pensamos em reclamar de nossas dificuldades, devíamos nos espelhar no Daniel. Ele nasceu em Campinas, em 1988. Recordista mundial, Daniel Dias conquistou 14 medalhas de ouro em um total de 27 medalhas é o 14º atleta mais medalhado da história nessa modalidade esportiva. Isso sem considerar que os nados peito de 100 e 200 metros conduziu o Daniel ao pódio com 24 medalhas de ouro. Em uma de suas entrevistas na mídia mundial, o brasileiro Daniel nos ensinou com as suas palavras a sermos gratos pelo dom maravilhoso da vida. Ele disse: “Espero que muitas crianças, com deficiência ou sem, estejam vendo e assistindo. Acreditem no sonho de vocês. A deficiência não define quem é como pessoa. Gratidão é o principal sentimento que devemos ter a Deus pelo dom da vida”.

Vamos fazer um balanço, como as empresas avaliam o seu desempenho no ano que se encerra para planejar o futuro. A dica que dou é usarmos um regador de água para ser o nosso símbolo de irrigação em nossos desejos. Molhar diariamente o solo fértil das nossas atitudes para que deem frutos saborosos o ano todo. Quando rego as plantas na minha casa estou aprendendo com a natureza que ensina a sabedoria divina. Usar a tesoura de cortar a grama para aparar as nossas vaidades e aprender com humildade a ser melhor em 2022. Lembrar-se de adubar as amizades.

A nossa retrospectiva dos artigos publicados de 2021 felizmente revela que o objetivo foi alcançado junto a milhares de leitores. E tomo a liberdade de expressar que o “regador do bem” continuará nestas mil palavras escritas a cada semana para vocês em 2022.

Feliz e abençoado Ano Novo!

Vanderlei Testa ([email protected]), publicitário e jornalista escreve às terças feiras no jornal Cruzeiro do Sul.