O Dia Mundial da Liberdade é comemorado anualmente sem alardes. A liberdade faz parte dos sentimentos e desejos das pessoas. As crianças sentem-se livres ao estarem brincando nos parques e nas escolas. Muitos jovens buscam a sua liberdade em intercâmbios no exterior. Acompanho com curiosidade a liberdade de expressão publicada nas redes sociais e imprensa. Cada pessoa faz uma “coluna social” na sua postagem. As histórias que contarei são inspiradoras. Elas simbolizam na liberdade da vida os caminhos seguidos por gente que já fez ou faz o mundo ser melhor, como tenho sempre na memória a madre e santa Teresa de Calcutá.

Conheci o testemunho e o esforço de um pai, em trabalhar para proporcionar estudo à filha. Com a sua esposa, recolheu ferro velho nas ruas para custear a faculdade de enfermagem da filha adolescente. Uma responsabilidade que emociona pelos resultados da conquista do diploma. Para homenagear os pais a jovem registrou a sua foto em frente à sucata. No outro caso, participo da história dos pais Fernanda Monteiro e José Alfredo Ponce, educando as filhas Mariana e Maria Luiza com o ensino de artes plásticas, dança e música. Hoje em dia, o uso sem controle do celular ocupa o dia das crianças e jovens causando dependência e isolamento humano.

Destaco algumas mensagens que recebi dos leitores às pessoas de sua convivência. São nomes cujas histórias manifestam a grandeza do ser humano. Marli Rodrigues enfatizou o Antônio Rodrigues Filho (Lilo, da farmácia). O seu pai, conhecido como Lilo, foi um ícone no comércio farmacêutico de Sorocaba. A farmácia Rodrigues, na rua XV de Novembro, no centro da cidade, era referência em atendimento. A postura alegre e contagiante dos sócios e irmãos Luiz Rodrigues (Lula) e do Lilo atraiam os consumidores. Marli relatou que a família do saudoso pai, que estaria hoje com 104 anos, costumava se reunir em encontros de irmãos, primos, filhos, netos e amigos. Um dos irmãos do Lilo, conhecido como Zézito, José Rodrigues, foi outro exemplo de profissional no comércio das livrarias. Atuou como balconista e gerente na Livraria Gutierres. A irmã, Dirce Rodrigues Maiello, foi uma vitoriosa companheira dos irmãos Rodrigues, inesquecíveis na história de Sorocaba.

Marcelo Graciano se lembrou do filatelista Eduardo de Góes. Foi ele quem montou a primeira loja de Filatelia de Sorocaba. Nos tempos áureos da filatelia, Eduardo e seus companheiros de filatelia foram pioneiros da cidade e motivaram muitos filatelistas, como o Adolfo Frioli e o saudoso José Maria Monteiro Martins (Lolé).

Arnaldina Jesus quis homenagear o saudoso Adilson de Oliveira Machado. Jovem sorocabano, ele entrou no seminário com 16 anos de idade. Os seus sonhos religiosos seguiram com fé na vocação interior que trazia como chamado divino. Com 26 anos de idade, em 4 de outubro de 1997, Adilson Machado teve a sua vida tragicamente encerrada no planeta Terra. O roubo do seu celular e a agressividade do ladrão resultou na sua morte prematura. Faltava apenas um ano à sua ordenação sacerdotal entre os franciscanos.

Tereza Góes, gerente de uma loja de roupas das mais antigas de Sorocaba (60 anos de existência comemorados em 2021), destacou o saudoso comerciante Elias Cardum. Desde a sua adolescência, a Tereza continua trabalhando há 55 anos na mesma loja da família Cardum. O Elias Cardum foi um líder no comércio varejista na cidade. Entusiasta de ações comunitárias era atuante em apoiar obras sociais com a sua esposa, Rosa Maria Cardum. Durante mais de 50 anos a loja ficou estabelecida na rua Cel. Benedito Pires. O jornal Cruzeiro do Sul tinha no Elias a maior admiração, como leitor e empreendedor. A divulgação das liquidações que atraiam milhares de pessoas na sua loja é lembrada até hoje por clientes e, em cursos de publicidade na cidade. Pude acompanhar essas ações como cliente e publicitário nos últimos 40 anos e conversar com o Elias nos anos 90 sobre a sua criatividade no marketing. Elias estaria comemorando em setembro deste ano, 90 anos de vida. E como a Tereza disse: “Meu mestre e pai do coração continua me inspirando”.

Na comunicação televisiva comercial de Sorocaba, Natal Calina é um nome lembrado. A sua filha Laura Calina tem orgulho dele. Ele chegou de São Paulo para coordenar a equipe comercial da TV Aliança Paulista, que surgia no começo dos anos 90 na cidade. A nossa amizade surgiu rápida devido à generosidade do Natal em cativar pessoas. Profissional íntegro e conhecedor dos recursos da televisão como ferramenta de comunicação comercial, Natal Calina em pouco tempo uniu o mercado publicitário. Recebi várias citações de radialistas que faziam uso do microfone como um canal de comunicação de sucesso entre os comerciantes e o público. Começou com Jurandir Mateus, José Rubens Bismara, “Nhô Juca”, Valdir Gentil, Zilá Gonzaga, Salomão Pavlovisky, José Roberto Ercolim, Flávio Moraes e muitos outros saudosos radialistas.

O dentista Joel de Faria Alves Filho tem a sua mãe como exemplo de educadora. Na conversa que mantivemos, ele contou que a sua mãe, Neusa Dias Rodrigues Alves, 81 anos, é assinante do jornal, leitora assídua dos meus artigos e que comenta com ele cada tema abordado. Neusa na sua juventude morou na Vila Hortência e atualmente reside em Votorantim.

Finalizo, convidando os leitores para o lançamento do meu novo livro, em sua segunda edição ampliada, “Amigos de Santa Filomena”, que será realizado no dia 10 de dezembro, às 15h e 19h30, no Santuário de Santa Filomena. Na ocasião, o padre Wagner Lopes Ruivo, participante do livro com o prefácio e orações às famílias, celebrará missa em louvor à padroeira do santuário. No dia 11, a manhã de autógrafos, das 10h às 13h, será na livraria Nobel, da avenida Barão de Tatuí, 867. A renda total da venda dos livros será destinada às obras de construção deste que é o maior santuário da América Latina dedicado a Santa Filomena.

Vanderlei Testa ([email protected]) é jornalista e publicitário. Escreve às terças-feiras no jornal Cruzeiro do Sul.