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Polícia

Operação conjunta da polícia tem ao menos 22 mortos no Rio

Objetivo era prender chefes de facção obrigados na Vila Cruzeiro

24 de Maio de 2022 às 16:34
Cruzeiro do Sul [email protected]
A ação matou 21 pessoas
A ação matou 21 pessoas (Crédito: Divulgação)

matéria atualizadas às 22:44

Pelo menos 22 pessoas morreram e outras duas ficaram feridas na manhã de ontem (24) na Vila Cruzeiro, na Penha, na zona norte do Rio, durante operação conjunta do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar (PM), da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

A PM diz que foi recebida a tiros quando iniciava uma “operação emergencial” com o objetivo de prender chefes de uma facção criminosa que estariam escondidos na comunidade. Segundo a polícia, chefes de outras favelas, como Jacarezinho, Mangueira, Providência, Salgueiro e até de Estados do Norte e do Nordeste do País estavam abrigados na Vila Cruzeiro.

A polícia afirmou também que a maior parte das vítimas era considerada suspeita. Uma delas é Gabriele Ferreira da Cunha, de 41 anos, atingida por uma bala perdida dentro de casa na favela da Chatuba, vizinha à Vila Cruzeiro. As autoridades informaram que uma perícia será feita no local onde a moradora foi morta, mas não onde as outras pessoas foram atingidas.

Segundo moradores, a operação começou pouco depois das 4 horas da manhã, com o apoio de um helicóptero blindado. Por causa da operação, onze escolas da região foram fechadas. Os confrontos se concentraram na parte alta da Vila Cruzeiro, perto de uma área de mata. Foram apreendidos onze fuzis, quatro pistolas e uma granada, além de dez motocicletas e seis carros.

O porta-voz da PM, major Ivan Blaz, em entrevista à TV Globo, lamentou a morte de Gabriele. “Foi a perda de uma vida inocente”, afirmou. “A gente não vai ter um grande êxito numa operação quando temos a morte de uma inocente”, admitiu. No entanto, disse Blaz, “infelizmente é necessário que a gente faça uma operação como essa. Não é normal criminosos atuarem nessas comunidades com armas de guerra.”

Conforme a PM, a operação foi feita em caráter emergencial depois que a polícia detectou que havia uma reunião de chefes do Comando Vermelho na comunidade. “Estamos falando de uma facção criminosa que é responsável por mais de 80% dos confrontos armados do Rio”, disse.

MP vai investigar

Mais tarde, o Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, instaurou um procedimento investigatório criminal para apurar “eventuais violações e as responsabilidades” de agentes da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal durante a operação.

“Em 11 de fevereiro deste ano, no mesmo lugar, houve oito vítimas fatais em outra operação com participação da PRF”, lembrou o procurador Eduardo Benones, titular do Núcleo. “O Brasil é signatário de tratados e acordos internacionais que nos obrigam a investigar e punir violações de direitos humanos”, lembrou. (Estadão Conteúdo)