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Tratamento precoce reduz efeitos da esclerose múltipla

02 de Setembro de 2020 às 00:01

Tratamento precoce alivia efeitos da esclerose múltipla Doença neurológica é permeada de mitos e preconceitos. Crédito da foto: Divulgação

A esclerose múltipla é uma doença neurológica autoimune, potencialmente incapacitante, apresentando maior incidência em adultos jovens. Calcula-se que aproximadamente 2,3 milhões de pessoas em todo o mundo têm a doença. No Brasil, a estimativa é de 35 mil pacientes.

Segundo a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), a doença ocorre quando o sistema imunológico ataca anormalmente o isolamento em torno de células nervosas (bainha de mielina) no cérebro, medula espinhal e nervos ópticos, causando inflamação e danos consequentes. Este dano pode causar ampla gama de sintomas, incluindo fraqueza muscular, fadiga e dificuldade de visão, e pode, eventualmente, levar à deficiência. Mulheres são maioria entre as pessoas com esclerose múltipla e experimentam seu primeiro sintoma entre 20 anos e 40 anos de idade, tornando a doença a principal causa de incapacidade não-traumática em adultos jovens.

É uma doença cercada de mitos, preconceitos e desconhecimento por parte da população, em que o paciente recebe muitas vezes o adjetivo de “esclerosado”. Mas isso não significa que ele que sofra de alguma doença mental, ou que seja incapaz de realizar tarefas do dia a dia.

Por sua capacidade neurodegenerativa, pode levar a transtornos cognitivos, em alguns casos decorrentes do tempo de apresentação da doença. Além de poder estar associada a outras comorbidades, como problemas psiquiátricos, entre eles, a depressão, ansiedade, transtorno afetivo bipolar (TAB), transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e esquizofrenia.

O tratamento, no entanto, é capaz de evitar a progressão e melhorar da qualidade de vida do paciente. Apesar de não ter cura, o rápido diagnóstico é determinante para a evolução do quadro e o tratamento precoce é fundamental para a redução do risco de progressão da deficiência causada pelo dano neurológico.

Pacientes e médicos

Uma pesquisa recente da Merck, empresa de ciência e tecnologia, em parceria com a Amigos Múltiplos pela Esclerose (AME), avaliou os principais desafios e necessidades não atendidas por pessoas que convivem com esclerose múltipla e neurologistas ao longo da jornada de tratamento.

Dentre os sintomas relatados, a pesquisa mostrou que 75% dos pacientes com esclerose múltipla sofrem com a fadiga, como principal sintoma que afeta a sua qualidade de vida, e 42% relataram também a o impacto da alteração de humor. A pesquisa ouviu 391 pessoas em todo o País.

Dos pacientes que participaram, a maioria tinha entre 18 e 34 anos. Os sintomas são muitas vezes imperceptíveis para quem não conhece a doença, o que torna ainda mais difícil a jornada do paciente na busca de vida melhor.

Embora a fadiga e alteração de humor tenham sido muito relatadas, 37% dos pacientes apontam a dificuldade para se concentrar e a dor como sintomas que atrapalham a qualidade de vida, enquanto 34% também sinalizam as alterações motoras, como desequilíbrio e tendências a quedas e 35% se queixam de problemas cognitivos e de memória.

Quanto ao tratamento e sobre os maiores desafios que os pacientes enfrentam em relação a isso, a maioria dos médicos neurologistas (57%) respondeu que expressa preocupação por eventos adversos e complicações futuras. O objetivo dos tratamentos é conter a doença e prevenir acúmulo de incapacidades. Quanto antes o atendimento adequado for iniciado, maiores as chances de se prevenir a manifestação de alguns dos principais sintomas, afirma Gustavo San Martin, fundador da AME. (Da Redação)