Buscar no Cruzeiro

Buscar

Cientistas dos EUA anunciam avanço em impressão 3D de partes do coração

05 de Agosto de 2019 às 12:35

Partes funcionais do coração foram criadas a partir de colágeno. Crédito da foto: Carnegie Mellon University College of Engineering / AFP (1/8/2019)

Cientistas americanos anunciaram que construíram com sucesso partes funcionais do coração a partir de colágeno com uma bioimpressora 3D. Foi usada uma técnica inovadora que, segundo eles, poderá um dia criar órgãos inteiros.

Seu método, descrito na revista Science, reproduz as complexas estruturas biológicas do corpo. Foi usada sua proteína mais abundante no mais alto nível de precisão já alcançado.

As estruturas são então integradas com células vivas e capilares a uma resolução de 20 micrômetros. Isso é maior do que a da maioria das impressoras 3D usadas para criar estruturas de plástico.

“O que pudemos mostrar foi que você pode imprimir em 3D uma válvula cardíaca de colágeno”, disse à AFP Adam Feinberg. Ele é coautor do artigo e professor de engenharia biomédica na Universidade Carnegie Mellon.

Resultados alcançados

A equipe usou exames de ressonância magnética de corações humanos para reproduzir partes específicas do paciente. Eles alcançaram resultados como batimento sincronizado e abertura e fechamento de válvulas.

Em abril, uma equipe israelense revelou uma impressão 3D de um coração com tecido e vasos humanos. Mas o órgão não tinha capacidade de bombear.

[irp posts="95704" ]

 

As tentativas anteriores de criar estas estruturas, conhecidas como matrizes extracelulares, foram prejudicadas por limitações. Resultaram em baixa fidelidade do tecido e baixas resoluções.

O colágeno é um biomaterial ideal para estes projetos. Ele é encontrado em todos os tecidos do corpo humano e é fluido. Razão pela qual, inicialmente, ao se tentar imprimi-lo, se tornava um material gelatinoso.

Mas os cientistas da Universidade Carnegie Mellon foram capazes de lidar com o problema. Eles utilizaram mudanças rápidas do pH para que o colágeno solidificasse de forma controlada e rápida. “Esta é a primeira versão de uma válvula, de modo que qualquer coisa que projetemos como produto ficará cada vez melhor”, disse Feinberg.

Ajuda

A técnica pode ajudar algum dia pacientes que esperam por um transplante cardíaco. Mas, primeiro, terá que ser validada com testes em animais e eventualmente, em humanos. (AFP)

[irp posts="95363" ]