Onda de criminalidade impulsiona ultradireitista à presidência do Chile

Por Cruzeiro do Sul

José Antonio Kast e Jeannette Jara disputam 2º turno

 

A ansiedade gerada no Chile pela imigração e pelos crimes violentos leva José Antonio Kast mais perto das portas do palácio presidencial. Ele pode ser eleito hoje (14) o primeiro líder de extrema direita desde a saída do ditador Augusto Pinochet, há 35 anos.

Desde o início dos anos 2000, a violência ligada ao crime organizado aumentou cerca de 40%, segundo estatísticas oficiais. A taxa de homicídios aumentou 50%, segundo dados da ONU. As pesquisas mostram que a maioria dos chilenos considera que o crime é o problema mais sério do país.

O Chile decide o segundo turno presidencial neste domingo, entre duas visões da sociedade e dos direitos individuais: a esquerdista Jeannette Jara defende mais direitos para as mulheres, incluindo a descriminalização do aborto, enquanto Kast, católico de extrema direita e favorito nas pesquisas, se opõe a qualquer abertura. Jeannette é apoiada pelo atual presidente, Gabriel Boric. Um dos países mais conservadores da América Latina, com uma forte influência da Igreja, o Chile só em 2004 autorizou o divórcio e, em 2017, levantou a proibição total da interrupção voluntária da gravidez. No entanto, o aborto só está permitido em casos de estupro, risco para a vida da mãe ou inviabilidade do feto. (AFP)