Israel e Irã concordam com trégua proposta pelos EUA

Antes, houve troca de acusações sobre violações do cessar-fogo

Por Cruzeiro do Sul

Governo suspendeu restrições e israelenses puderam sair às ruas em Tel Aviv

Um frágil cessar-fogo entrou em vigor ontem (24) entre Irã e Israel, após 12 dias de uma guerra desencadeada pelas forças israelenses para evitar que os iranianos desenvolvessem armas nucleares.

Israel aceitou a trégua proposta pelos Estados Unidos, seu aliado, mas advertiu que a campanha contra o Irã “não terminou”. Quanto ao Irã, seu governo proclamou “o fim da guerra de 12 dias imposta” por Israel.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump anunciou um cessar-fogo total. “Foi plenamente acordado por e entre Israel e Irã que haverá um cessar fogo total e completo‘, escreveu Trump em sua plataforma, Truth Social.

Depois da troca de acusações sobre violações da trégua e de ameaças de “respostas” entre Irã e Israel, e após um telefonema com primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, Trump assegurou que o cessar-fogo “já está em vigor‘.

O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, disse que seu país vai respeitar a trégua desde que Israel não a viole. O governo israelense, por sua vez, vangloriou-se de ter eliminado uma dupla ameaça existencial imediata: nuclear e balística. “Obtivemos uma vitória histórica”, disse Netanyahu em discurso televisionado. “O Irã nunca terá uma arma nuclear”, insistiu.

Segundo o chefe do Estado-Maior do exército israelense, tenente-general Eyal Zamir, a guerra contra o Irã permitiu retardar o programa nuclear iraniano em “vários anos”.

O alto oficial alertou, no entanto, que a campanha contra Teerã “não terminou” e que agora começa um “novo capítulo”.

No Irã, o Conselho de Segurança Nacional fez alusão a “uma vitória e um triunfo que obrigou o inimigo a lamentar, aceitar a derrota e cessar sua agressão unilateralmente”. Além disso, afirmou que o Irã “mantém um dedo no gatilho por uma resposta decisiva”.

O exército israelense também anunciou a suspensão das restrições impostas aos israelenses durante 12 dias e 12 noites e as autoridades aeroportuárias informaram que o tráfego aéreo voltou à normalidade.

“Agora a atenção retorna a Gaza, para trazer os reféns para casa e desmantelar o regime do Hamas”, declarou o chefe do Estado-Maior do exército israelense. (AFP e Estadão Conteúdo)