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Internacional

Putin adverte Finlândia para o ‘erro’ de entrar na Otan

Rússia vê fim da neutralidade como ‘ameaça à segurança’ na região

15 de Maio de 2022 às 00:01
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Os líderes tiveram uma
Os líderes tiveram uma "conversa franca" pelo telefone. (Crédito: ALEXANDER NEMENOV / ARQUIVO AFP (27/7/2017))

 

O presidente russo, Vladimir Putin, disse ao presidente finlandês Sauli Niinisto, ontem (14), que acabar com a neutralidade e aderir à Otan seria um erro que poderia prejudicar as relações entre os dois países.

A declaração foi divulgada pelo Kremlin e feita dois dias depois que a Finlândia anunciou a intenção de se juntar à aliança ocidental. O governo de Putin descreveu esse movimento como “ameaça à segurança” que força uma resposta, mas não especificou qual.

Os dois presidentes conversaram por telefone, em um diálogo que foi descrito pelo Kremlin como “troca franca de pontos de vista”. Niinisto disse que foi uma “conversa direta e conduzida sem rodeios. Evitar tensões foi considerado importante.”

Segundo o gabinete do presidente finlandês, ele afirmou a Putin que “o objetivo de impedir que os países se juntem à Otan e a invasão à Ucrânia em fevereiro alteraram o ambiente de segurança da Finlândia”. Em seguida, ressaltou que o país pretende se relacionar com a Rússia “de maneira correta e profissional”.

O Kremlin ressaltou que Putin julgou o abandono da neutralidade militar como um erro, “já que não há ameaças à segurança da Finlândia”. “Tal mudança na política externa do país pode ter um impacto negativo nas relações russo-finlandesas”, declarou.

A candidatura da Finlândia à Otan deve se tornar oficial hoje (15). A intenção deve ser seguida por um movimento semelhante da Suécia e confronta com um dos objetivos de Putin ao iniciar a guerra na Ucrânia, de frear a expansão da Otan para as fronteiras da Rússia.

Entretanto, a entrada na Otan necessita da aprovação dos 30 países-membros da aliança e uma oposição turca pode atrapalhar os planos dos países escandinavos. Na sexta-feira (13), o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, acusou os dois países escandinavos de abrigar militantes curdos, considerados terroristas por Ancara, e se disse contra a adesão.

Corte de energia

Antes da conversa entre Putin e Niinisto, Moscou cortou as exportações de energia elétrica para a Finlândia. O corte foi anunciado na sexta-feira pela empresa RAO Nordic, de 100% de capital russo, por “falta de pagamento”. Segundo a empresa, o pagamento não é realizado pela Finlândia desde 6 de maio. Não foi revelado se os problemas de pagamentos estão relacionados com as sanções europeias adotadas contra a Rússia após a guerra na Ucrânia. (Estadão Conteúdo)