Internacional
Na Ucrânia, Rússia ataca a maior usina nuclear europeia
Não houve vazamento de radiação, mas preocupação mundial aumenta
A usina nuclear de Zaporizhzhia foi atingida por um projétil na madrugada de ontem (4). A Ucrânia afirma que o ataque partiu do exército russo. Já os russos dizem que o complexo foi bombardeado por ucranianos sabotadores. A usina, que é a maior da Europa, teve o incêndio controlado por bombeiros. Autoridades afirmam que não houve vazamento de material radioativo.
Após o ataque, que deixou o mundo preocupado com um possível acidente nuclear, o Conselho de Segurança das Nações Unidas decidiu fazer uma reunião de emergência para discutir a situação.
Dos seis blocos da usina de Zaporizhzhia, o primeiro foi retirado de operação, os número 2, 3, 5 e 6 estão em processo de resfriamento e o 4 permanece operacional. “Sobrevivemos a uma noite que pode acabar com a história. A história da Ucrânia. A história da Europa”, disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, sobre o ataque.
Uma explosão em Zaporizhzhia teria sido o equivalente a “seis Chernobyl”, afirmou Zelensky, em referência ao desastre nuclear de 1986, também na Ucrânia, mas quando o país era parte da União Soviética. O ataque russo representou “uma imensa ameaça para toda a Europa e o mundo”, afirmou a embaixadora americana no Conselho de Segurança da ONU, Linda Thomas-Greenfield.
O presidente francês, Emmanuel Macron, está “extremamente preocupado com os riscos” que a invasão russa pode acarretar para a segurança das usinas nucleares ucranianas e proporá “medidas concretas” para enfrentá-las, disse.
Novas negociações
No nono dia da ofensiva, a perspectiva de cessar-fogo parece distante. Em uma segunda rodada de negociações, os dois países concordaram apenas com a criação de corredores humanitários.
A Ucrânia está contando com uma terceira rodada de negociações com a Rússia neste fim de semana, disse um dos enviados ucranianos, Mikhailo Podoliak.
Mas o diálogo só é possível se “todas as demandas russas” forem aceitas, alertou Putin durante uma conversa por telefone com o chanceler alemão, Olaf Scholz.
As exigências incluem o status neutro e não nuclear da Ucrânia, sua “desnazificação”, o reconhecimento da Crimeia como parte da Rússia e a soberania dos territórios controlados por separatistas pró-Rússia no leste do país. (Agência Brasil e AFP)