Internacional
EUA impõem sanções a autoridades cubanas
Os EUA impuseram ontem sanções à Polícia Nacional Revolucionária (PNR) de Cuba e a dois de seus líderes, enquanto Washington procura aumentar a pressão sobre o governo comunista após os protestos deste mês na ilha.
Após o anúncio do Departamento do Tesouro, o presidente americano, Joe Biden, afirmou ter instruído esse departamento e o de Estado a elaborar em um mês uma saída para permitir que os americanos enviem remessas de dinheiro aos cubanos.
“Haverá mais (sanções), a menos que haja alguma mudança drástica em Cuba, o que eu não antecipo”, disse Biden, no início de uma reunião com um grupo de cubano-americanos na Casa Branca. Entre os ativistas que se reuniram com Biden estava Yotuel Romero, um dos autores da canção Patria y vida! que se tornou uma espécie de hino para os protestos na ilha.
O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), órgão do Departamento do Tesouro, bloqueou todas as propriedades e interesses da PNR, assim como de seu diretor, Oscar Callejas, e seu vice-diretor, Eddy Sierra, proibindo qualquer cidadão, residente ou entidade dos EUA de fazer negócios com eles. A PNR faz parte do Ministério do Interior de Cuba e já recebeu sanções pelo governo Trump em janeiro.
“Nós ouvimos o clamor por liberdade vindo da ilha. Os EUA estão tomando medidas para apoiar a causa do povo cubano”, disse Biden As sanções foram aplicadas em virtude da Lei Global Magnitsky, que permite aos EUA punir quem tiver cometido abusos dos direitos humanos ou atos de corrupção em outros países.
O governo americano afirma estar considerando uma ampla gama de opções adicionais em resposta à repressão aos protestos, incluindo fornecer acesso à internet para cubanos.
Milhares de pessoas protestaram nos dias 11 e 12 em mais de 40 cidades de Cuba, em meio à pior crise econômica na ilha em décadas e a um forte aumento de infecções e mortes por Covid-19. As marchas deixaram um morto, dezenas de feridos e centenas de detidos. (Da Redação com Estadão Conteúdo)