Indústria de SP acumula perda de 1,7% em 2 meses
Patamar é 22,8% aquém do pico histórico alcançado em março de 2011
O recuo de 1,2% na produção da indústria de São Paulo em outubro ante setembro foi o segundo mês seguido de quedas, período em que acumulou uma perda de 1,7%. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A indústria de São Paulo, maior parque fabril do País, operava em outubro em patamar 1,5% abaixo do registrado no pré-pandemia, em fevereiro de 2020, e ainda 22,8% aquém do pico histórico de produção alcançado em março de 2011.
Na passagem de setembro para outubro, o recuo na indústria paulista foi puxado pelos setores de derivados do petróleo e de alimentos. A produção paulista exerceu a principal influência negativa sobre o total nacional no período, seguida pela indústria do Rio Grande do Sul (-5,7% em outubro, após ganho acumulado de 10,8% em três meses consecutivos de crescimento na produção). Na média global, a indústria nacional avançou 0,1% em outubro ante setembro.
O maior impacto positivo partiu do avanço de 4,1% no Rio de Janeiro, eliminando parte da perda de 6,0% acumulada nos dois meses anteriores. A segunda maior contribuição positiva partiu do avanço de 2,1% em Minas Gerais, terceira taxa positiva consecutiva, com ganho de 3,5% acumulado no período.
A produção industrial cresceu em oito dos 15 locais pesquisados em outubro ante setembro, segundo o IBGE. Outros Estados que tiveram expansão em ouubro ante setembro foram Goiás (6,5%), Mato Grosso (5,8%), Amazonas (4,1%), Bahia (2,7%), Santa Catarina (0,6%) e Paraná (0,5%).
Além de São Paulo e Rio Grande do Sul, apresentaram perdas o Espírito Santo (-1,7%), Pará (-1,4%), Pernambuco (-0,6%), Ceará (-0,3%) e Região Nordeste (-0,1%).
Exportações
Dificuldades relacionadas à logística e infraestrutura representam os maiores obstáculos às exportações industriais brasileiras, mostra um levantamento feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Conforme a pesquisa, que apontou os principais desafios à competitividade dos produtos brasileiros no exterior, mais da metade dos exportadores (58,2%) vê no custo do transporte internacional o entrave de maior impacto nas exportações. Na sequência, aparece a ineficiência dos portos para manuseio e embarque de cargas, citada por 48,5% dos participantes da pesquisa.
Também são citadas, entre os principais problemas, as limitações de rotas de navegação marítima, de espaço ou de contêineres (47,7%) e as elevadas tarifas cobradas pelos portos (46,2%). (Estadão Conteúdo)