EUA anuncia alívio em tarifas sobre café, carne e frutas
Isenções tarifárias foram confirmadas para produtos exportados pelo Brasil
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou ontem (14) alívio em tarifas sobre café, carne bovina e frutas — alguns dos produtos brasileiros mais impactados pelo tarifaço.
A modificação de tarifas agrícolas é retroativa a 13 de novembro, segundo documento publicado pela Casa Branca. De acordo com a publicação, carne bovina de alta qualidade e café estão entre as isenções tarifárias americanas.
O documento ainda mostra que castanhas-do-pará, caju, coco, laranja, tomate, banana e outras frutas tropicais também estão excluídas da alíquota adicional.
A assinatura do documento que alivia as tarifas sobre os produtos já era amplamente esperada, após o republicano dizer, em entrevista, que esperava reduzir as tarifas para o café. Também nesta semana, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, antecipou que a redução aconteceria em uma tentativa de conter pressões de preços e impulsionar o consumo doméstico.
Pesquisas mostram que o custo de vida é mencionado pelos americanos como uma de suas principais preocupações.
Na quinta-feira (13), o ministro brasileiro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse, após se reunir com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, que Brasil e Estados Unidos estão avançando em um acordo provisório para desbloquear as relações bilaterais.
Outros países
Na quinta-feira, os Estados Unidos anunciaram acordos com Argentina, Guatemala, Equador e El Salvador para reduzir as tarifas sobre as exportações desses países, o que permitirá reduzir o custo de produtos como banana e café para os consumidores americanos.
Os quatro países concordaram em abrir seus mercados a produtos americanos em troca de uma redução das tarifas sobre suas exportações, principalmente as agrícolas, informou a Casa Branca em seu site. Esta é a série mais recente de acordos fechados desde que o presidente Donald Trump lançou sua guerra tarifária, em abril.
Segundo uma fonte do governo americano, as tarifas gerais de 10% impostas aos produtos procedentes de Guatemala, El Salvador e Argentina, e de 15% aos do Equador “permanecerão inalteradas”, mas “haverá uma redução” em um certo número de mercadorias. Trump impôs nos últimos meses tarifas adicionais de 10% ou 15% a países da América Latina.
A Guatemala fornece 41% das bananas importadas pelos Estados Unidos, e o Equador, 19%. A Argentina, por sua vez, comprometeu-se a abrir seu mercado ao gado e a aves americanas, e a simplificar a entrada da carne bovina.
O presidente argentino, Javier Milei, comemorou a notícia em um encontro com empresários. “Como verão, estamos fortemente comprometidos em tornar a Argentina grande novamente”, declarou em Buenos Aires.
O governo suíço anunciou, ontem (14), que os Estados Unidos aceitaram reduzir as tarifas sobre seus produtos de 39% para 15%. “Agradecemos ao presidente [Donald] Trump pelo seu compromisso construtivo”, anunciou o Conselho Federal no X, onde indicou que um encontro com o representante da Casa Branca para o Comércio (USTR), Jamieson Greer, “foi produtivo”. (AFP e Estadão Conteúdo)