Haddad: 4% das exportações serão afetadas por tarifaço
Ministro vê possibilidade de acordo com EUA envolvendo terras raras
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ontem (5) durante a 5ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), mais conhecido como “Conselhão”, que 4% dos produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos serão afetados pelo tarifaço imposto pelo presidente americano, Donald Trump. Deste porcentual, mais de 2% terão um destino alternativo.
“Graças à política que o presidente Lula inaugurou ainda em 2003, de abrir os mercados para os produtos brasileiros, elas representam 12%. Desses 12%, 4% são afetados pelo tarifaço, e dos 4%, mais de 2% terá, naturalmente, outra destinação, porque são commodities com preço internacional que vão encontrar o seu destino no curto ou médio prazo”, afirmou Haddad.
Ele disse ainda que, apesar do porcentual baixo, o governo não irá “baixar guarda” porque setores vulneráveis devem ser prejudicados pela tarifa de 50% para produtos brasileiros.
Na segunda-feira, Haddad afirmou que vê possibilidade de que sejam firmados acordos de cooperação com os Estados Unidos envolvendo os chamados minerais críticos e terras raras do Brasil. Os materiais são alvo de interesse dos americanos.
“Temos minerais críticos e terras raras. Os Estados Unidos não são ricos nesses minerais; podemos fazer acordos de cooperação para produzir baterias mais eficientes”, disse o ministro, em entrevista à BandNews, ao ser questionado sobre pontos que podem ser levados à mesa de negociação.
Em 24 de julho, o encarregado de negócios da Embaixada dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, manifestou interesse americano nos minerais críticos e estratégicos do País, segundo membros do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) que se reuniram com o representante dos EUA. (Estadão Conteúdo)