Governo quer parcerias para minimizar tarifaço, diz Haddad

Ministro da Fazenda pretende conversar com governadores

Por Cruzeiro do Sul

Fernando Haddad: ideia "é somar forças"

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo federal está aberto a firmar parcerias com governadores de Estados brasileiros para mitigar os impactos do tarifaço dos Estados Unidos. Ele afirmou que o primeiro governador que receberia, ontem (1º), é Elmano de Freitas (PT), do Ceará.

Segundo Haddad, o governador cearense busca apoio para a compra de produtos alimentícios para a merenda do Estado. “Pelo que eu entendi, ele vai nos apresentar uma pequena mudança legislativa que seria necessária na opinião dele para fazer da maneira como ele pretende, de forma acelerada, para dar respaldo jurídico para as decisões que ele quer tomar”, explicou.

“Essas parcerias são muito importantes. O governador que quiser vir a Brasília para parcerias, no sentido de socorrer a sua indústria, a sua agricultura, nós estamos aqui”, frisou Haddad. Ele disse que a ideia é “somar forças com o governo federal, sem ideologias, sem tentar tirar vantagem política”. “O foco é no empresário, no trabalhador, foco no interesse nacional. Nós estamos completamente disponíveis”, considerou.

Haddad disse que os Estados Unidos têm perdido espaço na economia brasileira nos últimos anos, mas defendeu que o Brasil quer ampliar as parcerias com o país. “Nós temos que administrar uma situação incomum. É um gesto do presidente americano que, por razões conhecidas, divulgadas por vocês, tem recebido da parte da oposição — especificamente do Bolsonaro — informações equivocadas sobre o Brasil”, avaliou o ministro.

“Os Estados Unidos têm perdido espaço na economia brasileira. Eles representavam 25% das nossas exportações. Hoje, representam menos da metade. Isso não é bom, porque é a maior economia do mundo”, pontuou Haddad.

O ministro disse que tem mantido contato contínuo com a assessoria do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent. Perguntado se uma reunião com Bessent pode ocorrer antes do dia 6 de agosto, data prevista para entrada em vigor das tarifas dos EUA a produtos brasileiros, Haddad respondeu que está disponível a todo tempo. (Estadão Conteúdo)