CNPE aprova adição de etanol na gasolina em 30%

Mudança da atual mistura de 27,5% deve entrar em vigor no dia 1º de agosto

Por Cruzeiro do Sul

No óleo diesel, a proporção do biodiesel na mistura passará dos atuais 14% para 15%

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou o aumento da mistura obrigatória do etanol na gasolina de 27,5% para 30% e do biodiesel no óleo diesel, de 14% para 15%, a partir de 1º de agosto. A decisão foi deliberada em reunião extraordinária do CNPE realizada ontem (25). O conselho é um órgão de assessoramento do presidente da República, responsável por formular políticas e diretrizes para o setor energético brasileiro.

A política de ampliação da mistura dos biocombustíveis está prevista na lei do combustível do futuro. Recentemente, estudos feitos pelo Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) comprovaram a viabilidade técnica e ambiental do aumento do etanol. O governo avalia que a medida pode reduzir o preço da gasolina e tornar o País independente da importação do combustível.

No caso do biodiesel, o porcentual mínimo obrigatório de 15% estava previsto para março deste ano conforme resolução anterior do CNPE. Em fevereiro, entretanto, o governo manteve a mistura em meio à preocupação com os preços do óleo de cozinha e com a inflação de alimentos. Agora, o entendimento do governo é de que há condições para retomada do cronograma de adição da mistura após a queda do preço do óleo de soja, em decorrência da colheita recorde de soja na safra atual.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a elevação da mistura do etanol de 27% para 30% a partir de 1º de agosto vai gerar redução no preço da gasolina ao consumidor final.

“Teremos nova redução de preço na bomba. Agora, com o E30, seremos exportadores de gasolina. O Preço de Paridade de Importação (PPI) será substituído pelo Preço de Paridade de Exportação (PPE)”, afirmou Silveira.

De acordo com o ministro, a redução do preço da gasolina vai representar uma economia de R$ 1.800 por ano para motoristas de aplicativo. “Esse dinheiro significa aumento do poder de compra do trabalhador. O Brasil se torna também mais preparado para enfrentar períodos de instabilidade geopolítica, como esse que, infelizmente, estamos vivendo. É soberania”, defendeu Silveira. (Estadão Conteúdo)