Governo avalia áreas para bloqueio de R$ 15 bilhões

Medida foi tomada para atingir metas do arcabouço fiscal neste ano

Por Cruzeiro do Sul

Haddad fez anúncio de contenção de despesas na quinta

Apesar do anúncio feito na quinta-feira (18) sobre a contenção de R$ 15 bilhões em despesas para atingir as metas do arcabouço fiscal neste ano, o governo ainda não decidiu quais serão as áreas que sofrerão cortes.

De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, apesar de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ter antecipado o valor do congelamento de gastos, o processo de decisão segue o ritmo padrão, com negociação entre as áreas e divulgação do detalhamento apenas na última semana de julho, por meio de um decreto presidencial.

Na quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com os ministros que compõem a Junta de Execução Orçamentária (JEO) - Rui, Haddad, Simone Tebet (Planejamento) e Esther Dweck (Gestão) — para fechar os valores que deverão ser bloqueados e contingenciados. Depois do anúncio, os ministros que compõem a JEO voltaram a se reunir com as equipes para tratar sobre o congelamento, conforme apurou a reportagem.

Como ocorre em todo processo de elaboração do relatório de avaliação bimestral de despesas e receitas, o governo fixa primeiro o valor que deverá ser congelado e, depois, esse montante é repartido entre as áreas. Os efeitos macro do bloqueio e contingenciamento serão conhecidos na próxima segunda-feira (22). Já o detalhamento do impacto por pasta deve ocorrer só na semana seguinte, como de praxe, quando um decreto com o congelamento por área é publicado no Diário Oficial.

Integrantes do governo afirmaram que, apesar do anúncio, o ritmo de decisão dos principais alvos do contingenciamento e bloqueio segue o curso normal. Neste mês, o que houve de diferente foi a antecipação do anúncio do montante a ser congelado, mas as tratativas com as pastas seguem o ritmo padrão, que é de negociação após a fixação do valor.

Tradicionalmente, após o anúncio do contingenciamento, membros da Esplanada começam a se movimentar para evitar perdas de recursos às respectivas áreas. Exatamente para evitar uma intensificação neste movimento, a equipe econômica tem evitado dar detalhes sobre quais ministérios deverão ser atingidos. (Estadão Conteúdo)