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Economia

Inadimplência atinge 70 milhões, diz Serasa

04 de Abril de 2023 às 23:01
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Juros altos e inflação prejudicam o pagamento de dívidas
Juros altos e inflação prejudicam o pagamento de dívidas (Crédito: ERICK PINHEIRO / ARQUIVO JCS)

Em fevereiro, o Brasil atingiu a marca de 70,5 milhões de inadimplentes. Foram 433 mil novos registros de pessoas negativadas no País no mês, de acordo com números do Serasa.

O cartão de crédito continua sendo o segmento com o maior número de brasileiros inadimplentes (31,6% das dívidas), seguido pelas contas básicas (21,7%) e pelo setor de varejo (11,2%). Na comparação com fevereiro de 2022, as contas com bancos e cartões contabilizaram aumento de 3,0%, enquanto os débitos com contas básicas e no varejo caíram 1,5% e 1,3%, respectivamente.

“A inflação e os juros altos são os principais fatores que explicam o atual cenário, além da sazonalidade desfavorável de fevereiro, que vem acompanhado de despesas típicas de início de ano, como IPVA, IPTU e reajuste das mensalidades”, afirma o economista-chefe da Serasa Experian, Luiz Rabi. “As pessoas ainda utilizam o cartão de crédito, por exemplo, para fazer compras básicas, como alimentação e remédios, por isso, a relação com o parcelamento também deve ser pautada com base na organização financeira, para que não se torne mais uma dívida”, argumenta o economista.

O valor de todas as dívidas somadas em fevereiro é de R$ 326,0 bilhões, 24% maior do que o valor do mesmo período do ano passado (R$ 263,0 bilhões). O valor médio da dívida é de R$ 4.631,78, também segundo o Serasa.

CNC

Outro levantamento, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), indica que a proporção de famílias inadimplentes no País registrou melhora em março pelo quarto mês consecutivo. Já a população endividada, ou seja, com pagamentos ainda por vencer, permaneceu estável no mês passado, mas o comprometimento de renda é o menor desde o pré-pandemia.

A fatia de pessoas com contas em atraso desceu de 29,8% em fevereiro para 29,4% em março, uma queda de 0,4 ponto porcentual. (Estadão Conteúdo e Redação)