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De olho no imposto

Arrecadação de impostos bate recorde para o mês de setembro

Reduções de alíquotas do IPI, além do PIS/Cofins e Cide sobre combustíveis, diminuíram o recolhimento nessas fontes

26 de Outubro de 2022 às 01:29
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Resultado foi de R$ 166 bilhões
Resultado foi de R$ 166 bilhões (Crédito: MARCOS SANTOS / USP IMAGENS)

A arrecadação de impostos e contribuições federais somou R$ 166,287 bilhões em setembro, novo recorde para o mês. O resultado representou um aumento real (descontada a inflação) de 4,07% na comparação com setembro do ano passado, quando o recolhimento de tributos somou R$ 149,102 bilhões. Em relação a agosto deste ano, porém, houve queda real de 3,22% no resultado.

A Receita apurou crescimento real de 9,85% na arrecadação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) na comparação com o mesmo mês do ano passado. Também houve um avanço real de 86,41% na arrecadação do IR Pessoa Física -- Capital, em razão do peso da Selic nos recolhimentos sobre rendimentos de fundos e títulos de renda fixa.

Por outro lado, as reduções de alíquotas do IPI, além do PIS/Cofins e Cide sobre combustíveis, diminuíram o recolhimento nessas fontes. As desonerações totais concedidas pelo governo resultaram em uma renúncia fiscal de R$ 102,959 bilhões entre janeiro e setembro, ante R$ 71,772 bilhões em 2021. Apenas no mês passado, as desonerações totalizaram R$ 11,817 bilhões, mais do que o dobro do registrado em setembro do ano passado (R$ 5,669 bilhões).

Ainda que as desonerações promovidas pelo governo federal tenham impactado o montante arrecadado, o resultado positivo se deu por um somatório do ritmo de atividade econômica com a inflação, avalia o economista-chefe da Pezco, Helcio Takeda.

“A arrecadação poderia ter sido até maior se não fossem as renúncias promovidas pelo governo. A combinação entre atividade e inflação mais do que compensou as desonerações implantadas”, avalia Takeda, que percebe influências dos rendimentos provenientes do mercado de trabalho e também dos rendimentos de capital, refletindo a alta dos juros.

O economista-chefe da AZ Quest, Alexandre Manoel, também avalia que o resultado da arrecadação em setembro mostrou novamente os impulsos do mercado de trabalho aquecido e do aumento de preços de commodities. “O número veio na mesma direção que vinha no começo do ano, com um mercado de trabalho mais forte, que cria uma receita previdenciária grande, e a CSLL forte, vindo das empresas exportadoras de commodities”, afirma Manoel. (Estadão Conteúdo)