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Petrobras

Aumento de preços dos combustíveis derruba terceiro presidente

Apesar da nomeação de Caio Andrade, sua indicação ainda precisa ser avalizada pelo Conselho de Administração da Petrobras

23 de Maio de 2022 às 23:20
Cruzeiro do Sul [email protected]
José Mauro Coelho é o terceiro presidente da Petrobras a ser demitido
José Mauro Coelho é o terceiro presidente da Petrobras a ser demitido (Crédito: SAULO CRUZ / MIN. DE MINAS E ENERGIA)

O Ministério de Minas e Energia anunciou em nota oficial na noite desta segunda-feira (23) a demissão do terceiro presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, que está à frente da empresa há pouco mais de 40 dias. Para substituí-lo, o presidente Jair Bolsonaro anunciou o nome de Caio Paes de Andrade, secretário especial de desburocratização do Ministério da Economia, que foi formalizado no cargo ainda na noite desta segunda. Os dois anteriores, que também foram demitidos, são Roberto Castello Branco e Joaquim Silva e Luna.

Apesar da nomeação de Caio Andrade, sua indicação ainda precisa ser avalizada pelo Conselho de Administração da Petrobras, no qual o governo tem maioria por ser o acionista majoritário da empresa. A troca de comando do Ministério de Minas e Energia, com a escolha de Adolfo Sachsida para substituir Bento Albuquerque, levou a mudanças na diretoria estatal.

A demissão de Bento ocorreu após a Petrobras ter reajustado o preço do diesel mesmo contrariando o pedido do presidente, durante uma transmissão nas redes sociais, para que o ex-ministro e Coelho não autorizassem o aumento.

Os preços altos dos combustíveis e da energia elétrica têm desagradado ao presidente Bolsonaro, que vinha demonstrando insatisfação em relação à gestão de Coelho. Em outra ocasião, Bolsonaro disse a jornalistas, após discurso em uma feira de agronegócios em Maringá (PR), que a petroleira está "gordíssima, obesa", fazendo clara referência ao lucro da estatal de R$ 44,56 bilhões no primeiro trimestre do ano. Bolsonaro declarou: "Petrobras, você é Brasil! Ou quem está aí dentro não pensa no seu país? O povo está sofrendo bastante com o preço do combustível".

O presidente chegou a chamar os reajustes e o lucro da estatal de "estupro" e pressionou a empresa a não aumentar os preços. (Da Redação, com informações de agências)

 

A assessoria de comunicação do Palácio do Planalto divulgou a seguinte nota (leia-a na íntegra):

 

Nota oficial - Presidência da Petrobras

O Governo Federal, como acionista controlador da Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras, participa que decidiu promover alteração da Presidência da Empresa.

O Governo consigna ao Presidente José Mauro os agradecimentos pelos resultados alcançados em sua gestão, frente a Petrobras. O Brasil vive atualmente um momento desafiador, decorrente dos efeitos da extrema volatilidade dos hidrocarbonetos nos mercados internacionais.

Adicionalmente, diversos fatores geopolíticos conhecidos por todos resultam em impactos não apenas sobre o preço da gasolina e do diesel, mas sobre todos os componentes energéticos. Dessa maneira, para que sejam mantidas as condições necessárias para o crescimento do emprego e renda dos brasileiros, é preciso fortalecer a capacidade de investimento do setor privado como um todo. Trabalhar e contribuir para um cenário equilibrado na área energética é fundamental para a geração de valor da Empresa, gerando benefícios para toda a sociedade.

Assim, o Governo Federal decidiu convidar o Sr Caio Mário Paes de Andrade para exercer o Cargo de Presidente da Petrobras. O Sr Caio Paes de Andrade é formado em Comunicação Social pela Universidade Paulista, pós-graduado em Administração e Gestão pela Harvard University e Mestre em Administração de Empresas pela Duke University.


Portanto, o indicado reúne todos as qualificações para liderar a Companhia a superar os desafios que a presente conjuntura impõe, incrementando o seu capital reputacional, promovendo o continuo aprimoramento administrativo e o crescente desempenho da Empresa, sem descuidar das responsabilidades de governança, ambiental e, especialmente, social da Petrobras.

Por fim, o Governo renova o seu compromisso de respeito a governança da Empresa, mantendo a observância dos preceitos normativos e legais que regem a Petrobras.