Economia
Sachsida defende privatização da Petrobras
No primeiro pronunciamento como ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida afirmou ontem que solicitou estudos sobre uma possível privatização da Petrobras e da Pré-Sal Petróleo (PPSA), responsável pelos contratos da União no pré-sal. “Como parte do meu primeiro ato (como ministro), solicito também o início dos estudos tendentes à proposição das alterações legislativas necessárias à desestatização da Petrobras”, disse à imprensa.
A opção do presidente Jair Bolsonaro pelo economista destoa da praxe de ter no cargo um político ou um técnico do setor. Economista, Sachsida sucede a Bento Albuquerque, demitido por suposta falta de controle sobre a Petrobras, em meio a pressão nos preços dos combustíveis -- que preocupa Bolsonaro em campanha à reeleição.
Sem citar os preços dos combustíveis, Sachsida comentou que “medidas pontuais têm pouco ou nenhum impacto, e por vezes têm impacto oposto ao desejado”. A pressão por um subsídio ao diesel foi renovada com o aumento desta semana. O reajuste não cobriu a defasagem de preços, e se espera também uma subida da gasolina.
A demissão de Albuquerque chegou após a alta no diesel, poucos dias depois de transmissão ao vivo de Bolsonaro nas redes sociais apelando ao presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, e ao então ministro para não deixarem subir os preços porque a empresa tinha “gula enorme” e gordura.
Em nota, o ex-ministro disse que sua saída tinha “caráter pessoal” e foi tomada de forma consensual. Aliados, porém, contam que ele tentou reverter a situação, mas não teve apoio do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e de outros caciques do Centrão.
Sachsida é um aliado fiel do ministro da Economia, Paulo Guedes. Participou da montagem do programa de governo ainda durante a campanha de Jair Bolsonaro à Presidência, em 2018. E tem a confiança do presidente: “É um homem com visão de futuro”, disse Bolsonaro sobre ele, em evento em março.
No governo Bolsonaro, Sachsida comandou a Secretaria de Política Econômica e depois a Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Economia. (Estadão Conteúdo)