Custo ao consumidor
IPCA-15 desacelera, mas inflação se espalha
Os preços dos alimentos pressionaram também no consumo doméstico, para além de bares, restaurantes e lanchonetes
A inflação começou o ano com alta de 0,58% no IPCA-15, prévia do indicador oficial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), abaixo da alta de dezembro (0,78%), especialmente pela queda da gasolina e das passagens aéreas. O alívio já era esperado, mas foi menor do que se supunha. A pesquisa do Projeções Broadcast com analistas apontava para uma alta ainda menor, de 0,45%.
Segundo economistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, os números mostram inflação disseminada e pressionada e mantêm a perspectiva de continuidade na estratégia do Banco Central (BC) de subir os juros -- a taxa básica Selic chegou, em dezembro, a 9,25% ao ano, saindo de 2,0% ao ano, em março de 2021.
Os preços dos serviços aceleraram na passagem do IPCA-15 de dezembro para o de janeiro.
O aluguel residencial foi de uma alta de 0,82% para 1,55%, o aluguel de veículo passou de -2,43% para 12,94% e o combo de telefonia saiu de variação nula para alta de 3,04%. Outro serviço importante, a alimentação fora de casa passou de ligeira alta de 0,08% no IPCA-15 de dezembro para um avanço de 0,81% em janeiro.
Os preços dos alimentos pressionaram também no consumo doméstico, para além de bares, restaurantes e lanchonetes. O grupo alimentação e bebidas subiu 0,97% no IPCA-15 de janeiro. Sozinho, o grupo contribuiu com 0,20 ponto porcentual (p.p.) na variação agregada do índice. Segundo o IBGE, os itens de maior impacto na inflação de alimentos foram a cebola (alta de 17,09%), as frutas (7,10%), o café moído (6,50%) e as carnes (1,15%). (Estadão Conteúdo)