Habitação
Crédito habitacional da Caixa bate recorde em 2021
Banco público concedeu financiamentos de R$ 140,6 bilhões no ano passado, aumento de 21% em relação a 2020
A Caixa Econômica Federal concedeu R$ 140,6 bilhões em crédito habitacional em 2021, de acordo com resultados do segmento apresentados ontem pelo banco público, representando alta de 21% em relação a 2020. De acordo com o presidente da instituição, Pedro Guimarães, trata-se de um recorde histórico. Em janeiro de 2022, ainda segundo ele, já houve recorde histórico de concessões para o mês.
A Caixa fechou 2021 com 6,1 milhões de contratos ativos no financiamento habitacional, e lidera com folga o mercado do segmento, com 66,3% do total, consideradas todas as linhas. No financiamento às empresas de construção civil, foram desembolsados R$ 31,3 bilhões apenas em 2021, alta de 27,1% em relação a 2020.
“A Caixa tem mais de R$ 553 bilhões na carteira de crédito imobiliário”, disse o executivo durante transmissão para comentar os dados. Ele destacou ainda que mais da metade das concessões, ou R$ 82,8 bilhões (alta de 54,1% em um ano), foi através dos recursos do SBPE, o financiamento feito com recursos da poupança. “Nos últimos anos, nunca havíamos emprestado mais com recursos próprios do que com FGTS”, pontuou Guimarães.
O FGTS é a fonte de financiamento do Casa Verde e Amarela, antigo Minha Casa Minha Vida, programa habitacional do governo federal que tem juros subsidiados para a compra da casa própria, em especial para famílias de baixa renda. Entretanto, a Caixa ainda é o player dominante no Casa Verde e Amarela, com 99,9% dos desembolsos do programa, fatia que aumentou nos últimos anos.
Guimarães afirmou que o crescimento do financiamento com recursos da poupança é resultado do fortalecimento do balanço do banco durante sua gestão, que levou a Caixa a ter, segundo ele, volume recorde de recursos depositados nas cadernetas.
Juros
Guimarães reafirmou que não espera mais aumentos de juros no financiamento imobiliário por parte do banco. Segundo ele, os reajustes que precisavam ser feitos já ocorreram em 2021, e as condições de mercado permitem a estabilidade das taxas.
“Não estamos precificando mais aumento nos juros do crédito imobiliário, já aconteceu”, disse ele na transmissão ao vivo para comentar os resultados do banco no segmento.
O executivo afirmou que, para definir as taxas, a Caixa segue os juros futuros com vencimento em oito anos, que é a duração média dos contratos. Por isso, diante de uma menor volatilidade na comparação com o ano passado, seria possível manter as taxas no nível atual.
Segundo Guimarães, o banco espera um crescimento de pelo menos 10% no crédito habitacional neste ano em relação a 2021, ano de recorde histórico. (Estadão Conteúdo e Redação)